Pior seca nos últimos 50 anos no NE causa prejuízo de US$ 8 bi
A seca enfrentada pelo Nordeste foi a pior em 50 anos e fez o Brasil entrar no mapa mundial de eventos climáticos extremos de 2013, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (24) pela PMN (Organização Mundial de Meteorologia). No mapa virtual elaborado com as piores ocorrências no planeta, a seca é o único evento extremo no Brasil. O estudo ainda aponta que o prejuízo com a prolongada estiagem chega a US$ 8 bilhões (cerca de R$ 18,5 bilhões).
Para se ter ideia do valor, o prejuízo equivale a mais de duas vezes o orçamento total do Estado de Alagoas para o ano de 2014, que foi fixado em R$ 8,3 bilhões
“Pelo segundo ano consecutivo, a região Nordeste do Brasil experimentou seca severa. A seca deste ano é considerada a pior dos últimos 50 anos. O Planalto brasileiro, região central da América do Sul, experimentou seu maior déficit de chuvas desde que os registros começaram, em 1979”, diz o estudo.
A OMM cita que o governo precisou intervir com a distribuição de água e comida a sertanejos afetados.
“O governo forneceu ajuda alimentar à população afetada em cinco dos nove Estados Nordeste. Fontes de energia hidrelétrica foram ameaçados como barragens no Nordeste encerrou dezembro de 2012 em apenas 32% da capacidade, abaixo dos 34% considerado suficiente para garantir o abastecimento de energia elétrica”, aponta o relatório.
Por conta da seca, mais de 1.400 municípios decretaram emergência pela estiagem e precisaram ser abastecidas por carros-pipa. As chuvas de verão, porém, amenizaram a situação da seca este ano.
Segundo a pesquisa “Produção da Pecuária Municipal”, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a região perdeu 4 milhões de animais em 2012.
Piores índices
O estudo da OMM aponta que 2013 teve índice semelhante ao 2007 como o sexto maior em eventos extremos, desde que os registros começaram, em 1850. O maior problema seria o aumento da temperatura.
“É claro que o planeta está passando por uma tendência de aquecimento global. Treze dos 14 anos mais quentes já registrados ocorreram no século 21”, explica, citando 2001-2010 como a década mais quente. “Esse aquecimento constante é causada pelo aumento dos níveis de antropogênica gases de efeito estufa na atmosfera.”
A íntegra do estudo, em inglês, pode ser acessada aqui.
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