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Verão começa hoje e deve registrar temperaturas acima da média em todo país

Neste verão, as temperaturas máximas devem passar dos 30°C em média no Brasil  - Ellan Lustosa/Futura Press/Estadão Conteúdo
Neste verão, as temperaturas máximas devem passar dos 30°C em média no Brasil Imagem: Ellan Lustosa/Futura Press/Estadão Conteúdo

Larissa Leiros Baroni

Do UOL, em São Paulo

21/12/2014 06h00

O verão começa oficialmente a partir das 21h03 (horário de Brasília) deste domingo (21), com previsões de temperaturas acima da média em todas as regiões do país, segundo o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos). Caracterizada por dias mais longos do que as noites, a estação se estende até o final de março de 2015.

As temperaturas máximas devem passar dos 30°C em média em todo o Brasil, podendo atingir mais de 35°C em alguns dias. "Esse é o impacto do fenômeno El Niño, que tem ocorrido com muito mais frequência e tem sido cada vez menos duradouro", afirmou Anna Barbara Coutinho de Melo, meteorologista do CPTEC. De acordo com ela, essa é a principal diferença entre os verões 2013/2014 e 2014/2015.

Mais calor tende a favorecer a ocorrência de pancadas de chuva de curta duração e forte intensidade, sobretudo a partir da tarde, de forma localizada e acompanhada algumas vezes por descargas elétricas, rajadas de vento e eventual queda de granizo.

As ocorrências de chuvas devem ser mais expressivas, como aponta o CPTEC, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. A convergência de umidade nessas áreas pode favorecer a persistência das chuvas por um período superior a quatro dias e, diante dos acumulados de água, provocar inundações. Ainda assim, o clima nessas áreas também favorece, eventualmente, períodos de estiagem com duração média de 4 a 15 dias.

Na região Nordeste, as chuvas devem ser mais frequentes no Maranhão, centro-sul do Piauí, oeste e centro-sul da Bahia. Mas segundo as previsões do CPTEC para o trimestre --de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015--, há uma maior probabilidade de escassez de chuva no norte do Norte e no norte do Nordeste. Já na região Sul, as chuvas devem ser bem distribuídas ao longo do ano.

Baixo efeito na crise hídrica

O CPTEC constatou um deficit de chuvas na primeira quinzena de dezembro no norte de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Fator que, segundo o órgão, pode indicar uma estação chuvosa mais fraca nessas áreas, apesar das previsões positivas para o Sudeste. "A região é caracterizada por sua baixa previsibilidade. Portanto, o monitoramento tanto de chuva como de temperatura deve ser constante para que seja mais preciso."

Mas, ainda que São Paulo registre chuvas acima da média nos próximos três meses, Anna Barbara afirma que o volume de água não será suficiente para solucionar a crise hídrica do Estado. "Com o longo período de estiagem, a condição de umidade do solo está crítica e precisaria chover muito acima da média para se ter algum efeito positivo", apontou a meteorologista, que disse que as chuvas de verão não são a solução para a seca.

A capital paulista, que chegou a registrar o outubro mais seco da história, não deve sofrer com a falta de chuva neste período de verão. A previsão, segundo o meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) Michael Pantera, é que chova dentro da média (de 262,5 mm a 171,9 mm) em São Paulo e que, como nas demais regiões do país, os termômetros atinjam temperaturas acima do normal para o período. As temperaturas mínimas esperadas variam de 19,1ºC a 19,9ºC e as máximas oscilam de 28,1ºC a 29,9ºC.

"Tudo vai depender de como o oceano Pacífico vai se comportar. Se as tendências se confirmarem, as temperaturas elevadas vão aumentar as possibilidades de temporais no final da tarde. Ou seja, as chuvas devem ficar mais frequentes e abundantes, favorecendo a umidade e a qualidade do ar", apontou Pantera.