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Covas desmente lockdown depois das eleições: "Não há espaço para fake news"

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/11/2020 23h29

O atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), rebateu a informação de que, após o segundo turno das eleições, haveria necessidade de decretar um lockdown na capital por causa de um aumento no número de internações por infecções pelo novo coronavírus.

"Não há, aqui, espaço para qualquer tipo de fake news disseminada neste instante de que passada a eleição vai haver lockdown na cidade de São Paulo. Vamos continuar tratando a pandemia de acordo com a orientação da ciência. Não há espaço ainda para avançar ainda mais na flexibilização, mas não há nenhum número na cidade de São Paulo que aponte qualquer necessidade de lockdown aqui na cidade de São Paulo", disse o prefeito, em debate promovido hoje pela Band.

Nesta semana, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, fez um alerta para o aumento de internações por covid-19 verificado nos últimos dias, além do crescimento no número de testes realizados e nos diagnósticos positivos para a doença.

O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, além de negar a necessidade de erguer novos hospitais de campanha, já afirmou que as novas infecções estão sendo registradas nas classes mais altas da sociedade. O secretário estadual da Saúde Jean Gorinchteyn já tinha dito ao UOL que as classes A e B perderam o medo da pandemia.

No debate, Bruno Covas afirmou que "há uma estabilidade em relação ao número de casos, há uma estabilidade em relação ao número de óbitos e há um aumento em relação ao número de internações". Ele defendeu que os hospitais da capital têm capacidade para atender pacientes com covid-19.

É preciso levar em consideração quando falamos em aumento de internação alguns detalhes. Primeiro, houve uma diminuição da quantidade de leitos referenciados para coronavírus aqui na cidade. Havendo necessidade, há possibilidade de rapidamente esses leitos voltarem a ser referenciados e não deixar ninguém sem tratamento."
Bruno Covas

Vacina e adiamento do Plano São Paulo

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, criticou as discussões entre os governos estadual e federal sobre a vacina contra o novo coronavírus e o adiamento da atualização do Plano São Paulo, do governo paulista. Durante a campanha, Boulos tem falado sobre a ligação de Covas com o governador João Doria (PSDB).

Queria dizer aqui do espetáculo lamentável que foi a transformação do tema da vacina, de Saúde Pública, numa disputa político-partidária. Isso foi promovido pelo [presidente Jair] Bolsonaro e pelo Doria, que transformaram esse tema, de interesse de todos, numa disputa oportunista, pequena."
Guilherme Boulos

Em seguida, o psolista rebateu a resposta de Covas sobre o lockdown, afirmando que "o próprio governo do estado que falou que só vai redefinir as regras do Plano São Paulo, que é onde pode vir qualquer tipo de alteração, no dia 30 de novembro, um dia após as eleições".

Na segunda-feira (16), o Doria afirmou que adiaria a revisão do plano por causa de uma falha no sistema do Ministério da Saúde que impediu que alguns estados incluíssem números de casos e mortes por causa do novo coronavírus. Segundo o governador, se houvesse atualização, a maioria das cidades progrediria para a fase verde, com menos restrições.

Por enquanto, autoridades de Saúde estaduais e municipais negam que esteja em curso uma segunda onda da pandemia. Mesmo assim, foi publicado um novo decreto de prorrogação da quarentena no estado, até 16 de dezembro.

Como foi a eleição?

As candidaturas de Covas e Boulos avançaram ao segundo turno após ocuparem as duas primeiras posições na disputa pela prefeitura paulistana, nas eleições do último domingo (15).

Covas contabilizou 32,85% dos votos (1.754.013 votos). Boulos, por sua vez, somou 20,24% dos votos (1.080.736).

Pesquisa Datafolha sobre o segundo turno divulgada hoje mostra Bruno Covas com 58% dos votos válidos e Boulos com 42%.

Em um levantamento do Ibope divulgado ontem, o tucano aparece com 47% das intenções de voto e o psolista, com 35%.

*Colaboraram Beatriz Montesanti, Carolina Marins, Cleber Souza, Felipe Oliveira, Gilvan Marques, Guilherme Botacini, João Victor Miranda, Leonardo Martins, Lucas Borges Teixeira e Roberto Júnior