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Sobe para 39 o número de mortos em explosão na Venezuela

Do UOL, em São Paulo

25/08/2012 23h27

Pelo menos 39 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas depois de uma explosão ocorrida na madrugada deste sábado (25) na refinaria de Amuay, no Estado Falcón, na Venezuela, segundo informações do vice-presidente da República, Elías Jaua. De acordo com ele, das vítimas fatais, 18 são integrantes da Guarda Nacional Bolivariana.

"Até este momento, a cifra é de 39 compatriotas que estão no necrotério do hospital da previdência social: 18 são membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), 15 são civis, a maioria familiares dos guardas (...) e há seis corpos não identificados", disse o vice-presidente venezuelano, Elías Jaua. 

Mais cedo, o próprio Jaua havia informado 26 mortos, sendo 17 membros da Guarda Nacional, na explosão da maior refinaria do país, localizada no Estado Falcón.

Segundo Jaua, a onda expansiva da explosão, provocada por um vazamento de gás, afetou principalmente o complexo habitado por um comando da Guarda Nacional Bolivariana, encarregada da segurança da refinaria, assim como várias instalações vizinhas.

"Foi uma explosão na área de armazenamento, produto de um vazamento de gás que, pelas condições climáticas que reinavam, ficou acumulado na área e, diante de uma fonte de ignição, explodiu", afirmou Rafael Ramírez, ministro de Petróleo e Mineração da Venezuela, depois de fazer um reconhecimento das instalações.

O presidente Hugo Chávez declarou luto oficial e determinou a investigação imediata das causas da explosão.

Resíduos

O acidente gerou um incêndio em várias áreas da refinaria, mas o fogo foi controlado, segundo ainda Ramírez, explicando que a enorme fumaça negra que persiste sobre o complexo se deve a alguns resíduos de hidrocarbonetos nos tanques e que é preciso esperar até que se consumam por completo.

"Temos conhecimento de que existem muitas famílias afetadas, que estão fora de suas casas, que foram evacuadas ou que assumiram elas mesmas a evacuação. Vamos executar o plano de assistência para elas", afirmou o vice-presidente.

A refinaria se encontra numa zona residencial e com comércios, onde moram trabalhadores do complexo com seus familiares, assim como famílias pobres que se instalaram nas áreas periféricas.

Segundo a governadora de Falcón, Stella Lugo, ao menos "200 residências foram afetadas" pela explosão e o posterior incêndio. O governo já criou abrigos para receber os evacuados.

 

"Estamos colocando todo o nosso Corpo de Bombeiros, toda nossa equipe de saúde e um plano de contingência inteiro sob as ordens de [o presidente Hugo] Chávez para os cuidados das pessoas afetadas por esta emergência", completou a governadora Stella Lugo.

"A onda da explosão foi de uma magnitude importante, de maneira que há danos consideráveis na infraestrutura e moradias localizadas diante da refinaria", explicou Ramírez ao "VTV". Ramírez também ocupa o cargo de presidente da empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

Segundo as autoridades, o fogo que começou dentro da instalação petroleira já está controlado. Equipes de emergência estavam no local, onde a fumaça e as chamas podiam ser vistas sobre a instalação. Tanto Ramirez quanto Lugo disseram que a situação estava sob controle várias horas após a explosão que ocorreu cerca de 1h (hora local). "Não há risco de uma nova explosão", afirmou a governadora.

A refinaria de Amuay, que faz parte do Centro de Refinamento Paraguaná, é a maior da Venezuela e processa 955 mil barris de petróleo por dia. Amuay é operada pela petrolífera estatal PDVSA, que tem sofrido com repetidos problemas em suas refinarias nos últimos anos, afetando sua produção e a habilidade para cumprir os planos de expansão ambiciosos.

Falhas de energia, acidentes e paralisações planejadas para manutenção atingiram a produção do maior exportador de petróleo da América do Sul.

Funcionamento

O ministro da Energia venezuelano afirmou ao jornal "El Universal" que a refinaria pode voltar a operar em dois dias e ainda pediu à população que não faça "compras nervosas" de combustível, já que não há risco de desabastecimento.

O Ministério Público do país já iniciou a investigação sobre a explosão, foi designada uma equipe de especialistas da Unidade de Criminalística. (Com agências internacionais)