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Historiador Eric Hobsbawm morre aos 95 anos

O historiador Eric Hobsbawm (1917-2012) - Tuca Vieira/Folhapress
O historiador Eric Hobsbawm (1917-2012) Imagem: Tuca Vieira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

01/10/2012 08h14Atualizada em 01/10/2012 16h19

O historiador Eric Hobsbawm morreu na manhã desta segunda-feira (1º), aos 95 anos, de acordo com a família. O historiador marxista e escritor estava internado no hospital Royal Free, em Londres, depois de um longo período internado devido a uma pneumonia.

"Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã, em Londres", afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm, em comunicado. "Sua falta será sentida não apenas pela sua mulher há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também pelos milhares de leitores e estudantes em todo o mundo."

Nascido em 1917, na Alexandria, no Egito, Hobsbawm ficou especialmente conhecido por sua série "A Era das Revoluções", "Era do Capital", "A Era dos Impérios" e "Era dos Extremos", traduzida a mais de 40 idiomas.

Filho de pai britânico e de mãe austríaca, mudou-se para Viena quando tinha dois anos, e depois para Berlim. Aos 14 anos, ingressou no Partido Comunista.

Casado duas vezes, com Muriel Seaman e Marlene - hoje sua viúva -, e pai de três filhos, Julia, Andy e Joseph, Hobsbawm era, além de admirador de Marx, um apaixonado pelo jazz.

Durante anos foi o crítico de jazz da revista progressista "New Statesman", sob o pseudônimo de Francis Newton - em homenagem ao trompetista comunista de Billie Holiday -, e escreveu um livro sobre o estilo.

Após publicar sua primeira obra em 1959, nos anos 1960 se estabeleceu como historiador de referência internacional, com uma análise da história não baseada na vida dos reis e estadistas, mas no contexto econômico e social.

Embora consciente dos excessos do comunismo totalitário, Hobsbawm foi fiel até o fim a suas ideias socialistas e sustentava que "a injustiça social ainda deve ser denunciada e combatida", já que "o mundo não vai a melhorar por si só".

Tornou-se membro da Academia Britânica, em 1978, e foi premiado com a Ordem dos Companheiros de Honra, em 1998. 

O intelectual estudou na Universidade de Cambridge e em 1947 se tornou professor na universidade londrina de Birkbeck, onde colaborou durante anos até chegar a sua presidência.

Também foi professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Corne. Seu último livro foi "Como Mudar o Mundo - Marx e o Marxismo", lançado em 2011. (Com agências)