Enclausurados na capela Sistina, cardeais começam processo para eleger novo papa
Após uma pequena procissão, os 115 cardeais que vão escolher o novo papa foram enclausurados na capela Sistina, no Vaticano, por volta das 17h30 (13h30 horário de Brasília), para dar início ao conclave.
Todos os eleitores já fizeram um juramento coletivo e individual de manter o sigilo sobre tudo o que ocorrer durante o conclave. No comum, cada cardeal, com a mão sobre o "Livro dos Evangelhos", disse que: "Prometo e juro, assim que Deus me ajude e os Santos Evangelhos me guiem".
Antes da início das votações, os religiosos fazem uma meditação. E se der tempo, hoje ainda haverá uma votação, diferente dos demais dias em que são realizadas quatro votações por dia [duas pela manhã e duas pela tarde]. A previsão é que a fumaça branca, no caso de eleito o papa, ou preta, se não houver consenso, seja emitida pela chaminé da capela Sistina, na praça de São Pedro, por volta das 20h (16h de Brasília), segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Iniciado 12 dias após a renúncia de Bento 16, o processo de escolha do novo papa é realizada por 115 cardeais, sendo cinco brasileiros: dom Raymundo Damasceno Assis, 76; dom Odilo Scherer, 63; dom Geraldo Majella Agnelo, 79; dom Cláudio Hummes, 78; e dom João Braz de Aviz, 64.
São aptos a votar apenas os cardeais com menos de 80 anos. A presença deles, segundo o Vaticano, é obrigatória. No entanto, dois eleitores conseguiram a dispensa necessária para não participarem da votação, um por motivo de saúde (cardeal indonésio Julius Darmaatjadja) e outro que renunciou ao cargo (cardeal britânico Keith O'Brien).
Os processos para a escolha de um novo papa são marcados pelo sigilo e imprevisibilidade, mas, segundo as previsões da imprensa internacional, o cardeal brasileiro Odilo Scherer e o cardeal italianos Angelo Scola entram no primeiro dia de votações como preferidos.
Outros cinco também aparecem na lista dos mais cotados para substituir Bento 16: Gianfranco Ravasi (italiano), Péter Erdo (húngaro), Marc Ouellet (canadense), Timothy Dolan (norte-americano) e Sean Patrick O' Malley (norte-americano). Todos são considerados conservadores, mas cada um dispõe de características singulares que o diferenciam dos demais.
Regras e rituais
Durante o conclave, todos os eleitores ficam confinados na Capela Sistina. Na hora da votação, cada cardeal escreve o nome do candidato escolhido em uma cédula sob a frase "Escolho como sumo pontífice" e deposita seu voto em uma urna.
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Os nomes escritos nas cédulas são lidos em voz alta pelo cardeal camerlengo, Tarcisio Berto, e seus três assistentes.
Será declarado papa aquele que obtiver dois terços mais um dos votos. Com um Colégio de Cardeais de 115 eleitores, o próximo pontífice terá de receber ao menos 77 votos.
Se nenhum cardeal receber essa quantidade de votos, as cédulas serão queimadas e a votação será retomada. Caso não haja um consenso até o quarto dia de votação, é feita uma pausa para oração e diálogo entre os eleitores. A votação reinicia no sexto dia e vai até o 12º. Outras pausas são feitas no sétimo e décimo dia.
Após 12 dias e 34 votações, o sistema muda e a escolha passa a ser entre os dois mais votados no 34º turno. No entanto, permanece o quórum de dois terços. Após a escolha, o novo papa é apresentado aos fiéis com a frase "Habemus Papam!".
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