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Ministro da Defesa diz que não usa e-mail para assuntos importantes

Comissão de Relações Exteriores do Senado ouve o ministros da Defesa, Celso Amorim, e mais dois ministros, sobre o escândalo de espionagem do governo dos EUA no Brasil - Pedro Ladeira/Folhapress
Comissão de Relações Exteriores do Senado ouve o ministros da Defesa, Celso Amorim, e mais dois ministros, sobre o escândalo de espionagem do governo dos EUA no Brasil Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

10/07/2013 16h14Atualizada em 10/07/2013 16h18

Ao reconhecer as falhas na segurança cibernética no Brasil, o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira (10, em audiência no Senado, que não usa e-mail quando tem algo importante a dizer.

“Hoje em dia, o meu computador, por exemplo, só aperta um botão, ele deve ligar já lá direto na Microsoft. É um fato real e eu sou o ministro da Defesa. Obviamente, que o que eu tenho de importante a dizer eu não faço por e-mail, uso outros meios, mas não sei se as outras pessoas são igualmente cuidadosas”, afirmou, acrescentando em seguida: “Ou se dispõem de outros meios”, após alguém no plenário da comissão ter dito essa frase em voz alta.

Amorim afirmou que o problema principal no país hoje é a necessidade de ter ferramentas desenvolvidas por empresas brasileiras para garantir que nenhuma informação será enviada para o exterior.

“O problema principal que nos temos é realmente, e acho que está adequadamente diagnosticado, é de desenvolvermos ferramentas nacionais com brasileiros para nos defendermos.”

A audiência no Senado foi convocada após peportagem publicada no domingo (7) pelo jornal "O Globo". O jornal, baseado em documentos do ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana Edward Snowden, afirma que os serviços de inteligência dos Estados Unidos interceptaram milhões de e-mails e chamadas telefônicas no Brasil.

O jornal afirmou que "na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos".

Também estão sendo ouvidos pelos senadores os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores) e José Elito Carvalho Siqueira, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Mais cedo, o ministro reconheceu que o país se encontra em situação vulnerável. "A situação que a gente se encontra hoje é de vulnerabilidade. Por mais que tenhamos proteção de informação sigilosa, a mera detecção de quem se comunica com quem, com que frequência, o tipo de contato que é mantido é uma informação de valor analítico para qualquer adversário que nós venhamos a ter fora do país".