Topo

Obama diz que denúncia de ataque químico na Síria é de "grave preocupação"

Do UOL, em São Paulo

23/08/2013 08h10

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em uma entrevista nesta sexta-feira (23) que a comunidade internacional precisa saber mais sobre o possível ataque com armas químicas na Síria, e pediu ao governo do presidente sírio, Bashar Assad, que autorize uma investigação completa.

"O que temos visto indica que esse é claramente um grande evento, de grave preocupação", disse Obama em entrevista à CNN. "A noção de que os EUA podem de alguma forma resolver um complexo problema sectário dentro da Síria algumas vezes é exagerada."

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, americanos e russos concordaram com a necessidade de uma investigação objetiva sobre as tropas leais a Assad após as denúncias de ataque com armas químicas.

A chancelaria de Moscou também disse em um comunicado que a Rússia, principal aliada internacional de Assad em mais de dois anos de guerra civil, pediu ao governo sírio que autorize uma investigação por parte de uma missão de peritos da ONU.

"O lado russo pediu ao governo sírio a cooperação com os peritos químicos da ONU. Cabe agora à oposição, que deve garantir o acesso seguro para a missão ao alegado local do incidente", disse o ministério.

Moscou e Washington têm muitas vezes tomado posições opostas sobre a Síria, mas o ministério russo disse que o chanceler Sergei Lavrov e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, haviam concordado sobre a necessidade de uma investigação independente durante um telefonema na quinta-feira (22).

As autoridades sírias afirmam que as alegações contra suas forças são "ilógicas e fabricadas".

Ativistas querem encontro com ONU

Ativistas sírios disseram que estão tentando entregar amostras de corpos de vítimas de um suposto ataque com armas químicas perto de Damasco a uma equipe de inspetores da ONU que está hospedada em um hotel a poucos quilômetros do local do ataque.

"A equipe da ONU falou com a gente e desde então nós preparamos amostras de cabelo, pele, sangue e mandamos de volta para Damasco com mensageiros de confiança", disse o ativista Abu Nidal, falando da cidade de Arbin.

A oposição acusa as forças do presidente sírio, Bashar Assad, de disparar bombas carregadas com gás venenoso antes do amanhecer da quarta-feira (21), durante uma ofensiva nos subúrbios de Damasco que estão sob controle dos rebeldes.

O Exército tem atacado a área, conhecida como região de Ghouta, desde terça-feira à noite com disparos aéreos e de artilharia que dificultam o acesso aos locais com possíveis evidências do ataque químico.

Especialistas em armas químicas dizem que cada hora conta - quanto mais o tempo passa, é mais provável que as evidências sejam acobertadas ou adulteradas.

A revolta na Síria contra quatro as décadas de governo da família Assad se transformou em uma guerra civil que já matou mais de 100 mil pessoas em mais de dois anos. (Com Reuters)