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EUA investigam por conta própria uso de armas químicas na Síria

Do UOL, em São Paulo

22/08/2013 15h50Atualizada em 22/08/2013 19h11

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou os serviços de inteligência do país a checarem por conta própria o uso de armas químicas no ataque a uma área de Damasco, na Síria, na quarta-feira (21).

De acordo com Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado americano, o órgão não pode, neste momento, determinar com certeza se armas químicas foram usadas no ataque.

"O presidente pediu à comunidade de inteligência que reúna urgentemente mais informações para verificar os relatórios de um ataque químico", disse Psaki, emendando que Obama cobra a permissão de uma inspeção da ONU na Síria.

"Estamos focados a cada minuto de cada dia, desde os acontecimentos de ontem (quarta-feira), para fazer tudo em nosso poder a fim de esclarecer os fatos", acrescentou Psaki.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o governo sírio deve autorizar "sem atrasos" a inspeção do local pelos agentes da organização que estão no país. Cerca de 1.300 pessoas morreram no suposto ataque com armas químicas perpetrado em vários distritos da periferia de Damasco, conforme denunciou a Coalizão Nacional Síria (CNFROS) em um comunicado.

O comando do Exército sírio negou o ataque e assegurou que as acusações da oposição são "categoricamente falsas". O presidente sírio, Bashar Assad, não se pronunciou sobre o episódio. A única ação de Assad foi anunciar, via TV estatal, uma reforma ministerial.

Em um comunicado, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, pediu aos inspetores de armas químicas que sigam imediatamente para a região "para constatar a realidade da situação e investigar as circunstâncias do crime".

Limite inaceitável

Obama está sendo pressionado dentro e fora de seu país para agir de forma incisiva diante das acusações do uso de armas químicas. A Casa Branca se disse "abismada" com os relatos, mas deixou claro que a reação norte-americana irá aguardar a confirmação do fato. A resposta cautelosa condiz com a relutância de Washington em intervir na guerra civil síria, iniciada há dois anos e meio.

Se as acusações de um ataque com gás com centenas de mortos forem confirmadas, Obama certamente enfrentará uma forte pressão para agir mais agressivamente, possivelmente até com a força militar --o próprio Obama já disse que o uso de armas químicas seria um limite inaceitável no conflito.

O consenso em Washington e nas capitais aliadas é de que uma resposta internacional organizada só pode dar certo se tiver os Estados Unidos na liderança. (Com agências internacionais)