Justiça do Egito condena à prisão 56 integrantes da Irmandade Muçulmana
Um tribunal militar da cidade de Suez, no Egito, condenou nesta terça-feira (3) à prisão perpétua 11 supostos membros da Irmandade Muçulmana, enquanto outros 45 pegaram penas de cinco anos de cadeia.
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Os integrantes do grupo são acusados de cometer atos de violência durante os protestos de agosto. Segundo fontes judiciais, os islamitas foram acusados de ter destruído seis veículos militares e agredido soldados nas manifestações organizadas em Suez após o desmantelamento policial no Cairo de dois acampamentos dos seguidores do presidente deposto Mohammed Mursi.
Por lei, um tribunal militar é o encarregado de julgar aqueles casos relacionados com ataques contra as forças militares.
Cinco dos réus foram absolvidos das acusações.
Cerco à Irmandade
Vários líderes e integrantes da Irmandade Muçulmana foram detidos desde o golpe de Estado de 3 de julho deste ano, que depôs o presidente Mohammed Mursi e colocou uma junta militar no poder. Mursi pertenceu à Irmandade antes de assumir a presidência do país, em junho de 2012.
Entre os detidos está o guia espiritual da confraria, Mohammed Badie, que enfrenta acusações por incitar a violência, e o próprio Mursi, detido pelos militares em local desconhecido desde o golpe. O presidente deposto é acusado de ter ordenado a morte de manifestantes que protestavam em dezembro contra sua decisão de blindar seus poderes frente à Justiça.
Julgamento adiado para outubro
No domingo (25), a Justiça decidiu adiar para 29 de outubro o julgamento dos líderes da Irmandade Muçulmana acusados de instigar a morte de manifestantes nos protestos após a queda de Mursi.
Segundo a TV estatal, os líderes islamitas não participaram da audiência por motivos de segurança e o juiz do caso decidiu atrasar o processo a pedido da defesa, que reivindicou o direito dos acusados de comparecer ao julgamento.
Badie e seus principais colaboradores Jairat al Shater e Rashad Bayumi, são acusados de induzir o assassinato de manifestantes no dia 30 de junho, data na qual nove pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas em frente à sede da confraria no bairro de A Muqatam, no Cairo.
A Procuradoria-Geral acusa os dirigentes islamitas de ter instigado, pagado e fornecido as armas a outros três acusados, para que, do interior da sede, disparassem contra os opositores a Mursi que tinham se reunido do lado de fora.
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