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ONU investiga 14 possíveis ataques com armas químicas na Síria

Do UOL, em São Paulo

16/09/2013 10h00

O responsável pela comissão das Nações Unidas que investiga crimes de guerra na Síria, o brasileiro Paulo Sergio Pinheiro, afirmou nesta segunda-feira (16) que a entidade investiga 14 possíveis ataques com armas químicas no país.

Pinheiro também afirmou que peritos da ONU ainda não conseguiram determinar quais compostos foram usados nos ataques, e disse que “a grande maioria” das casualidades da guerra civil síria foi provocada por armamentos convencionais.

De acordo com ele, a comissão que estuda o uso de armas químicas no conflito acredita que Bashar al-Assad cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade, enquanto que os grupos rebeldes são responsáveis apenas por crimes de guerra, “já que a cadeia de comando dos grupos não é clara”.

Rebeldes intensificam ataques

Rebeldes que incluem combatentes estrangeiros travando uma "jihad", ou guerra santa, estão cometendo mais chacinas, crimes e outros abusos no norte da Síria, disseram investigadores de direitos humanos da ONU hoje.

"Por todo norte da Síria tem havido um aumento de crimes e abusos cometidos por grupos de extremistas armados antigoverno e também um fluxo de entrada de combatentes rebeldes estrangeiros", disse Pinheiro, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Brigadas inteiras são agora formadas por combatentes que entraram na Síria. O Al Muhajireen é uma das ativas", acrescentou.

Os investigadores haviam dito anteriormente que combatentes estrangeiros de mais de 10 países, incluindo do Afeganistão e da região russa da Chechênia, assim como forças da Al Nusra, ligada à Al Qaeda, apoiam os rebeldes sírios. O Hezbollah, do Líbano, luta ao lado das forças do governo.

"Agora deve haver mais. A questão é que esses elementos extremos possuem sua própria agenda e certamente não é uma agenda democrática que querem impor", disse o membro da comissão Vitit Muntarbhorn.

Pinheiro, que relata sobre suspeitas de crimes de guerra desde 15 de julho, disse também que o governo do presidente Bashar al-Assad continua sua campanha implacável de bombardeios aéreos e de artilharia por todo o país.

Uma bomba incendiária lançada por um avião de guerra do governo sobre uma escola no interior de Aleppo em 26 de agosto matou pelo menos 8 estudantes e 50 sofreram queimaduras horríveis em até 80 por cento do corpo, disse ele, citando relatos de sobreviventes. (Com agências internacionais)