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Rússia quer "3ª Guerra Mundial", diz primeiro-ministro ucraniano

Do UOL, em São Paulo

25/04/2014 07h53Atualizada em 25/04/2014 23h02

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, acusou nesta sexta-feira (25) a Rússia de querer iniciar "uma terceira guerra mundial" ao apoiar a insurreição separatista no leste da Ucrânia e pediu à comunidade internacional união contra a agressão russa.

"As tentativas de agressão do exército russo no território da Ucrânia provocarão um conflito no território da Europa. O mundo não esqueceu a Segunda Guerra Mundial, e a Rússia quer iniciar uma terceira guerra mundial", declarou no Conselho de Ministros.

"O apoio da Rússia aos terroristas na Ucrânia constitui um crime internacional. Pedimos à comunidade internacional que se una contra a agressão russa", completou Yatseniuk.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, em um telefonema hoje, que está gravemente preocupada a respeito do leste da Ucrânia. Segundo um porta-voz da líder da Alemanha, Merkel espera que a Rússia honre o acordo fechado em Genebra e cobre o desarmamento de milícias ucranianas pró-Moscou.

Grupos de separatistas pró-Rússia tentam controlar cidades no leste da Ucrânia há pelo menos três semanas. Em Slaviansk, principal reduto dos rebeldes, cinco separatistas morreram em confronto com o exército ucraniano, na quinta-feira (24), segundo o Ministério do Interior do país. Um porta-voz dos rebeldes confirma que dois combatentes foram mortos.

Forças especiais ucranianas lançaram uma segunda fase de sua operação no leste do país, nesta sexta-feira, montando um cerco completo à cidade de Slaviansk, disse um funcionário do governo.

"Vinte minutos atrás... forças especiais ucranianas começaram a segunda etapa, que consiste em nossa decisão de bloquear a cidade de Slaviansk completamente e não dar oportunidade para eles trazerem reforços", disse Serhiy Pashynsky a repórteres, segundo um porta-voz da Presidência.

Pashynsky é o chefe de gabinete do presidente interino Oleksander Turchinov. Segundo a agência de notícias Interfax-Ucrânia, ele acrescentou: "A operação vai continuar. O objetivo é cercar os terroristas em Slaviansk e não permitir vítimas entre os civis."

Em Kramatorsk, no sudeste da Ucrânia, um helicóptero Mim-8 das Forças Armadas da Ucrânia explodiu em terra ao ser atingido por um disparo de um franco-atirador no aeroporto da cidade, informou o chefe adjunto do Serviço de Segurança ucraniano, o general Vasyl Krutov.

"Um franco-atirador disparou contra um helicóptero em terra. O tiro acertou o tanque de combustível e provocou uma explosão", disse Krutov em um breve discurso de esclarecimento à imprensa.

O "número dois" do Serviço de Segurança da Ucrânia acrescentou que o comandante da aeronave ficou ferido, mas conseguiu deixar o aparelho e passa bem.

Segundo a versão do Ministério da Defesa da Ucrânia, o helicóptero Mim-8 foi atingido por um projétil de um lança-granadas. Kramatorsk fica a 15 quilômetros de Slaviansk.

As cidades afetadas pelo movimento separatista na Ucrânia - Arte/UOL - Arte/UOL
As cidades afetadas pelo movimento separatista na Ucrânia
Imagem: Arte/UOL

Sanções

Os Estados Unidos anunciaram hoje que vão consultar os principais dirigentes europeus sobre a possibilidade de novas sanções contra a Rússia. O presidente Barack Obama  informou, durante visita a Seul, que pretende coordenar uma aproximação com os aliados europeus, depois de ter concluído que a Rússia não fez nada para cumprir o acordo firmado na semana passada em Genebra, para contornar a crise na Ucrânia.

"Vou falar com os europeus outra vez, esta noite, não com todos, mas com os principais, para assegurar-me de que partilham a minha avaliação sobre a situação desde as negociações de Genebra", disse Obama em entrevista.

Washington tem definidas várias sanções contra a Rússia, "que estão prontas para ser decretadas", acrescentou.

Na quinta-feira (24), em retaliação às cinco mortes, o exército russo iniciou novas manobras na fronteira com a Ucrânia,  de acordo com o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu. Ele expressou "grande preocupação" com o ataque das tropas ucranianas contra os separatistas em Slaviansk.

"Nos vemos obrigados a reagir a esta evolução da situação", declarou Shoigu, citado pelas agências russas. "Unidades dos distritos militares do sul e do oeste iniciaram exercícios. A aviação sobrevoa a região da fronteira", disse.

"Autorizaram o uso de armas contra os civis de seu próprio país. Se não pararmos esta máquina militar hoje, isto provocará muitos mortos e feridos", disse Shoigu.

O presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, reagiu e acusou Moscou de "apoiar abertamente os terroristas". Ele afirmou que não vai recuar "ante a ameaça terrorista" no leste do país, exigiu que a Rússia retire suas tropas da fronteira com a Ucrânia e que cesse as ingerências nos assuntos internos do país.

"Exigimos da Federação da Rússia a cessação das intromissões nos assuntos internos da Ucrânia, as contínuas ameaças e a chantagem, e que retire suas tropas da fronteira oriental de nosso país", disse Turchynov em mensagem à nação transmitida pelas televisões ucranianas.

O presidente denunciou que "os terroristas" tomaram praticamente toda a região mineira de Donetsk, no sudeste da Ucrânia.

"Os criminosos armados tomam edifícios administrativos, capturam reféns, em particular jornalistas ucranianos e estrangeiros, torturam e assassinam patriotas da Ucrânia", ressaltou Turchynov. (Com Agências Internacionais)

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