"É uma tragédia para a nação", diz presidente da França após ataques terroristas
O presidente da França, François Hollande, classificou as mortes nos últimos ataques terroristas no país, ocorridos durante três dias seguidos, como “uma tragédia para a nação”, nesta sexta-feira (9). Dezessete vítimas morreram: 12 no atentado à "Charlie Hebdo", uma no ataque à policial de Montrouge e quatro no sequestro à loja judaica em Paris.
A afirmação foi feita durante pronunciamento em rede nacional pouco depois do desfecho de dois sequestros simultâneos, que culminou com a morte de três radicais islâmicos após operações policiais.
Hollande afirmou que o país continuará vigilante contra possíveis novos ataques e que “não cederá a nenhuma pressão”. “A França ainda não acabou com as ameaças das quais é alvo. Os meios [de proteção] serão ainda mais reforçados."
Ele conclamou novamente aos franceses que permaneçam unidos diante dos últimos ataques terroristas no país. “Já disse que a unidade é nossa melhor arma. Precisamos demonstrar nossa determinação contra tudo o que pode nos dividir. Seremos implacáveis contra atos antissemitas terríveis como este, em Paris. Esses fanáticos não tem nada a ver com a religião islâmica."
O presidente francês agradeceu a “coragem e eficiência” das forças de segurança do país que atuaram em duas operações simultâneas para libertar os reféns nesta sexta-feira.
Ele anunciou que participará, no próximo domingo, das manifestações convocadas pelos principais partidos políticos, sindicatos e associações das grandes federações muçulmanas. “Sairemos todos mais fortes”, concluiu.
Duplo resgate
Em ação coordenada, a polícia francesa invadiu dois cativeiros onde radicais islâmicos mantinham reféns desde a manhã desta sexta-feira (9). Manuel Valls, primeiro-ministro da França, afirmou que a ordem da operação dupla de resgate dos reféns foi dada pela Presidência da República. “A situação poderia ser ainda mais longa e mais dramática”, disse Valls em entrevista à rede “TF1”.
Em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, foram mortos os irmãos Said e Cherif Kouachi, suspeitos de atacar a revista Charlie Hebdo. Um refém de 27 anos foi libertado sem ferimentos -- ele estava escondido no prédio da empresa de impressão onde os Kouachi foram sitiados.
Já no bairro de Vincennes, na capital, o sequestrador morto é Amedy Coulibaly, 32, suspeito de ter assassinado uma policial. Quatro reféns morreram nessa última ação, e outros quatro ficaram feridos.
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