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Trump foi avisado sobre risco da pandemia em janeiro e ignorou, diz jornal

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos - Win McNamee/Getty Images
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Imagem: Win McNamee/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

21/03/2020 17h56

De acordo com o jornal Washington Post, um dos mais conceituados dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump e congressistas foram alertados por agências de inteligência, em janeiro, sobre os riscos da pandemia do novo coronavírus. A doença covid-19 ainda não havia chegado ao país, e os políticos teriam ignorado os avisos apresentados nos relatórios.

A publicação afirma que teve fontes anônimas entre oficiais do governo com contatos no sistema de espionagem. Segundo eles, estes relatórios enviados a Trump em janeiro e fevereiro não indicavam o que o presidente deveria fazer para conter a doença, mas reportaram sobre a acelerada curva de crescimento do novo coronavírus na China e que a contaminação tinha características vistas em outras pandemias que, no passado, exigiram ações rápidas de autoridades.

Além disso, tais documentos também teriam dito a Trump que o governo chinês poderia ter minimizado a severidade da epidemia local. Ele, no entanto, continuou subestimando publicamente a ameaça do vírus e demorou para tomar medidas que protegeriam a população; assim como Jair Bolsonaro (sem partido), que chamou a covid-19 de "gripezinha", Trump comparou a doença a uma gripe comum.

"Donald Trump pode não ter percebido a seriedade da situação, mas muitas pessoas do governo perceberam. Elas só não conseguiram fazer com que ele fizesse algo em relação a isso. O sistema já estava piscando em vermelho", disse a fonte do Washington Post.

Na noite de 11 de março, após a OMS (Organização Mundial da Saúde) passar a tratar o novo coronavírus como pandemia, Trump mudou o discurso em rede nacional e anunciou a suspensão das viagens da Europa para os Estados Unidos — neste momento, porém, o vírus já estava em território norte-americano.

O porta-voz da CIA, agência de inteligência dos EUA, se recusou a comentar a reportagem do Post; o mesmo fez o representante o Diretor de Inteligência Nacional. Por outro lado, Hogan Gidley, o porta-voz da Casa Branca, rebateu as críticas.

"O presidente Trump tomou medidas histórias e agressivas para proteger a saúde, o patrimônio e a segurança do povo americano. E ele o fez enquanto a imprensa e os democratas escolhiam focar apenas na politicagem estúpida de um pedido de impeachment ilegítimo. É mais do que nojento, desprezível e vergonhoso que fontes anônimas covardes tentem reescrever a história. Isto é uma clara ameaça a este grande país", disse o porta-voz da Casa Branca.