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Biden vence em Wisconsin, e Trump anuncia que pedirá recontagem de votos

Do UOL, em São Paulo

04/11/2020 15h01Atualizada em 05/11/2020 13h19

A campanha do presidente Donald Trump, que busca a reeleição nos Estados Unidos, anunciou hoje que pedirá recontagem de votos nos estados de Wisconsin e Michigan.

Em Wisconsin, a vitória de Joe Biden foi confirmada pelas agências AP e AFP, o jornal "New York Times" e a rede de TV americana CNN, na tarde de hoje — com 99% das urnas apuradas, o democrata aparece com 49,6% dos votos contra 48,9% de Trump. Como a diferença entre Biden e Trump é menor que um ponto percentual, o presidente pode pedir uma recontagem de votos. Já em Michigan, a CNN americana confirmou a vitória por volta das 18h20 (horário de Brasília).

Agora Biden tem 253 votos do Colégio Eleitoral e lidera a apuração em mais dois estados: Arizona e Nevada. Se confirmar as vitórias nessas federações, ele terá os 270 votos dos delegados necessários para ser eleito. As agências AFP, AP e o canal de TV FOX, dos Estados Unidos, já dão vitória para Biden no Arizona, de acordo com suas projeções matemáticas.

Trump soma 214 votos no Colégio Eleitoral, mas lidera na apuração de Geórgia (16 votos), Carolina do Norte (15 votos) e Pensilvânia (20 votos). Caso vença, o republicano somaria 265 pontos, insuficiente para ganhar as eleições.

Há relatos de irregularidades em vários locais do Wisconsin, que alimentam dúvidas sobre a veracidade dos resultados. O presidente está dentro do limite para solicitar uma recontagem, e assim o fará imediatamente."
Comunicado da campanha de Donald Trump

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.

Wisconsin e Michigan são considerados estados fundamentais na corrida presidencial. Uma possível vitória no segundo daria a Joe Biden mais 16 pontos na apuração, que não soma votos brutos, mas sim delegados eleitorais de cada região. Até as 16h20 de hoje, a contagem indicava 237 a 214 para Biden.

Os dois estados integram a lista dos últimos sete estados que ainda não acabaram a apuração, junto com Nevada — outro local em que Biden lidera — e Alasca, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte — esses quatro com vantagem provisória de Trump.

A campanha de Trump também divulgou que acionará, na Justiça, o processo eleitoral na Pensilvânia — onde o atual presidente liderava a apuração até às 19h de hoje. A alegação é de que democratas que comandam o estado estariam desrespeitando as normas eleitorais.

No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 "delegados" — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados. O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.

Contestação começou na madrugada

Os questionamentos quanto à contagem dos votos tiveram início já na madrugada de hoje. Trump chegou a fazer um pronunciamento na Casa Branca e se autodeclarar vencedor das eleições, embora ainda não houvesse confirmação. Ele também disse que recorreria à Suprema Corte para interromper a contagem de votos.

"Não queremos que encontrem votos às 4 horas da manhã para acrescentar à lista", afirmou, referindo-se aos votos enviados pelo correio. A campanha de Joe Biden reagiu, afirmando que as declarações do republicano são "ultrajantes e sem precedentes".

Pela manhã, Trump voltou a levantar suspeitas de fraude — sem apresentar provas — sobre a contagem dos votos. Em mensagem publicada em uma rede social, o presidente classificou como "muito estranha" a forma como Biden tem avançado e que sua vantagem sobre o democrata começou a desaparecer "magicamente".

"Na noite passada, eu vinha liderando, em muitos casos de forma sólida, em muitos estados-chave, quase todos governados e controlados pelos democratas. Então, um a um, [meus votos] começaram a desaparecer magicamente enquanto cédulas surpresa eram contadas. Muito estranho, e todas as pesquisas erraram completamente e historicamente", escreveu Trump.

Last night I was leading, often solidly, in many key States, in almost all instances Democrat run & controlled. Then, one by one, they started to magically disappear as surprise ballot dumps were counted. VERY STRANGE, and the "pollsters" got it completely & historically wrong!

-- Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 4, 2020

Pouco após a publicação, o Twitter colocou um alerta na publicação do republicando, dizendo que a mensagem contém dados "contestáveis" e que pode ter "informações incorretas".