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Fazendeiro mexe em pedra e muda fronteira entre França e Bélgica de lugar

Pedra histórica foi arrastada por 2,29 metros do local de origem - Reprodução/Facebook
Pedra histórica foi arrastada por 2,29 metros do local de origem Imagem: Reprodução/Facebook

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/05/2021 18h55Atualizada em 04/05/2021 19h00

Um fazendeiro foi acusado pelo prefeito da cidade belga de Erquelines de mover em 2,29 metros a pedra que delimitava a fronteira entre França e Bélgica na região.

O objeto estava no local desde 1819 e era símbolo do Tratado de Kortrijk, que oficializou os limites dos países.

Um historiador que andava pelo local há três semanas foi quem descobriu a mudança. Segundo o The Guardian, o acordo para delimitar a fronteira franco-belga ocorreu depois que Napoleão Bonaparte foi derrotado na Batalha de Waterloo, em 1815.

No entanto, a bagagem histórica carregada pelo monumento foi considerada apenas um obstáculo pelo fazendeiro, que possui um terreno próximo a área e levantou a pedra, de 150 kg, com seu trator, para abrir caminho para a circulação do veículo pesado.

David Lavaux, o prefeito de Erquelines, solicitou que o homem use seu trator para recolocar o símbolo da fronteira em seu devido lugar.

"Não temos interesse em expandir a cidade, nem o país. Ele tornou a Bélgica maior e a França menor. Não é uma boa ideia", brincou Lavaux à TV francesa TF1. "Eu estava feliz, minha cidade era maior. Mas a prefeita de Bousignies-sur-Roc (a cidade que fica do outro lado) não concordou", declarou ele, em tom sarcástico.

"Se [o agricultor] mostrar boa vontade, não teremos problemas, resolveremos a questão amigavelmente", finalizou.

Em entrevista ao site La Voix Du Nord, a prefeita de Bousignies-sur-Roc também usou seu bom humor e disse aguardar as providências do município belga, uma vez que "devemos ser capazes de evitar uma nova guerra de fronteira".

Caso o fazendeiro não realoque a pedra, Lavaux precisará acionar o Ministério das Relações Exteriores da Bélgica, que pode convocar uma comissão de fronteira franco-belga, algo que não ocorre desde 1930, para redefinir o local exato do objeto, de acordo com o The Guardian.