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Prédio que desabou em Miami estava 'afundando', diz pesquisador

Vista de parte do prédio que desmoronou em Miami, na madrugada desta quinta-feira (24) - REUTERS/Marco Bello
Vista de parte do prédio que desmoronou em Miami, na madrugada desta quinta-feira (24) Imagem: REUTERS/Marco Bello

Do UOL, em São Paulo

25/06/2021 12h37Atualizada em 25/06/2021 14h29

A causa da queda parcial do prédio em Miami, nos Estados Unidos, ainda não foi descoberta, mas algumas hipóteses já estão sendo levantadas. De acordo com o pesquisador da Universidade Internacional da Flórida (FIU), Shimon Wdowinski, dados mostram que o prédio estava "afundando". Entretanto, engenheiro defende que a queda pode ter sido ocasionada por uma "combinação de fatores".

Em entrevista à CBS, Wdowinsk afirmou que um relatório realizado em 2020, com informações captadas entre os anos 1993 e 1999, mostrou que o condomínio foi construído há 41 anos em áreas úmidas recuperadas e que afundou cerca de 2 milímetros por ano durante três décadas, o que pode ter impactado na estrutura.

"Vimos que havia alguns bolsões de subsidência [movimento da superfície para baixo] em Miami Beach", explicou ele.

Ainda, segundo o pesquisador, o afundamento no edifício específico em Surfside era "incomum". "Não esperávamos vê-lo ali."

Quando há subsidência, as estruturas podem apresentar rachaduras que pioram com o tempo. Segundo o professor, não houve nenhum indício desse aspecto detectado na análise.

"Eu olhei para as imagens de satélite, mas não vi nada suspeito na hora", disse ele.

O advogado da Associação do condomínio Champlain Towers South também confirmou que não foram encontrados problemas estruturais na construção.

"Nada apareceu para os engenheiros ou para qualquer um dos residentes que sugerisse que algo assim fosse iminente. Nada", defendeu.

Atorod Azizinamini, do departamento de engenharia da FIU, também avaliou que a idade da torre provavelmente não influenciou no colapso e que a queda pode ter sido ocasionada por uma "combinação de fatores".

"Sobre edifícios construídos em 1981, nós temos muitos dados e conhecimentos. Eu não diria que a idade é um fator, não por si só. Será necessário ver como o prédio foi construído, colher amostras de aço, concreto e procurar por sinais de corrosão. A fundação também será analisada", defendeu.

O desabamento do prédio deixou, até agora, 4 mortos e 159 desaparecidos, segundo a prefeita Daniella Levine Cava. Entre eles, há uma criança brasileira de 5 anos.