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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Putin diz ver 'potenciais ameaças' à Rússia com Finlândia e Suécia na Otan

Do UOL, em São Paulo

13/05/2022 08h31Atualizada em 13/05/2022 09h15

O presidente russo, Vladimir Putin, vê "potenciais ameaças à segurança" da Rússia com a possibilidade da entrada de Finlândia e Suécia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico).

A observação de Putin foi feita a membros permanentes do Conselho de Segurança da Rússia, que se reuniu hoje, de acordo com relato do porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov. "Uma troca de pontos de vista ocorreu sobre o tema da decisão da Finlândia e da Suécia de aderir à Otan e as potenciais ameaças à segurança da Rússia decorrentes a esse respeito", disse Peskov.

Hoje, a Suécia informou que irá pedir para entrar na Otan, um dia após a Finlândia ter anunciado a mesma disposição. A possibilidade da entrada da Ucrânia na aliança militar foi um dos argumentos do governo russo para justificar a invasão ao território ucraniano em 24 de fevereiro.

O porta-voz russo indicou que o tema será abordado em uma reunião de Putin com lideranças do governo russo na segunda-feira (16).

A guerra da Rússia na Ucrânia chegou hoje ao 79º dia, com o exército russo enfrentando problemas táticos e a UE (União Europeia) anunciando mais apoio militar aos ucranianos.

"Prevenção"

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, disse que a adesão à Otan ajudaria a estabilizar o país, além de beneficiar outras nações ao redor do Mar Báltico.

"A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa", disse Linde a repórteres ao apresentar um relatório sobre segurança ao parlamento. "O não alinhamento militar nos serviu bem, mas estamos em uma nova situação agora", acrescentou.

Segundo o jornal "Expressen", o pedido oficial da Suécia de adesão à Otan será feito na próxima semana. O Parlamento da Suécia deve debater a situação de segurança na segunda-feira e a primeira-ministra, Magdalena Andersson, convocará uma reunião especial do gabinete onde a decisão formal de candidatura será tomada, disse o Expressen, citando fontes não identificadas.

Um pedido será enviado diretamente depois disso, supondo que nada inesperado ocorra, disseram fontes ao jornal.

Na quinta-feira (12), o governo finlandês já havia anunciado serem favoráveis a uma adesão "sem demora" do país à Otan. A decisão finlandesa será formalizada neste domingo (15) à organização, conforme um comunicado conjunto do presidente Sauli Niinistö e da premiê Sanna Marin.

Tanto a Suécia quanto a Finlândia adotam a neutralidade militar desde a Guerra Fria. No entanto, após a Rússia alegar o avanço da Otan na região como um dos motivos para invadir a Ucrânia, eles se sentiram ameaçados pelos planos russos de instalar armas nucleares na região do Báltico.

No ranking do Índice Global da Paz, que mede a paz no mundo, suecos e finlandeses estão sempre em bons patamares, apesar da recente onda de violência entre gangues rivais na Suécia.

Desde abril, os governos dos dois países vêm discutindo a possibilidade de ingressar na Otan. Estados Unidos, Alemanha e França se colocaram à disposição para facilitar a entrada dos dois países.

Diante desta possibilidade, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou ontem que, caso os países entrem na Otan, "a Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir as ameaças à sua segurança nacional que surgem a esse respeito".