Conteúdo publicado há 10 meses

Rússia diz que Prigozhin estava em avião; grupo mercenário confirma morte

O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, estava a bordo de um avião que caiu hoje na região de Tver, na Rússia, a cerca de 180 km de Moscou, afirmou a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia. Um canal do Telegram afiliado aos mercenários confirmou a morte de Prigozhin, segundo a Reuters.

O que aconteceu

Jato executivo Embraer Legacy ia de Sheremetyevo, cidade próxima à capital Moscou, até São Petersburgo.

Dez pessoas estariam a bordo, três pilotos e sete passageiros. Ninguém sobreviveu, segundo o Ministério de Emergências da Rússia.

"Evgeny Prigozhin e Dmitry Utkin estavam a bordo do avião da Embraer acidentado", informou a Agência Federal de Transporte Aéreo russa. A notícia foi divulgada pela Tass, agência estatal.

Avião estava no ar havia menos de meia hora quando caiu. A operação de resgate continua.

Em junho deste ano, os mercenários se rebelaram contra o governo do presidente Vladimir Putin e invadiram instalações militares, no que foi a maior crise militar interna na Rússia desde o início da década de 1990.

Motim durou poucas horas. Após acordo com o governo russo, Prigozhin foi para a vizinha Belarus e apareceu publicamente poucas vezes, desde então.

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Destroços de avião pegando fogo no vilarejo de Kuzhenkino, na região de Tver, Rússia; governo diz que líder mercenário estava entre os passageiros
Destroços de avião pegando fogo no vilarejo de Kuzhenkino, na região de Tver, Rússia; governo diz que líder mercenário estava entre os passageiros Imagem: 23.ago.2023 - Handout / TELEGRAM/ @grey_zone / AFP

Grupo Wagner desafiou governo Putin em junho

Em junho deste ano, grupo de mercenários ameaçaram derrubar o comando militar russo. Eles tomaram o controle de instalações militares e disseram que "iriam até o fim" contra o governo de Putin.

Tensão vinha crescendo há meses. Os mercenários do grupo lutam pela Rússia na guerra contra a Ucrânia, e Prigozhin já havia reclamado que não havia equipamento suficiente, e que Putin tomava para si vitórias obtidas pelos combatentes do Wagner.

Estopim foi acusação de que comando militar russo teria ordenado bombardeios de bases do Wagner, matando vários dos mercenários.

Putin chamou motim de "ameaça mortal para o país", e disse que traição resultaria em "punição inevitável".

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Belarus mediou acordo entre grupo mercenário e governo russo. Algumas horas depois do início da movimentação, o governo bielorrusso disse que as duas partes chegaram a um consenso, que garantia a segurança de todos os membros do grupo. Os mercenários, então, desocuparam as instalações.

Após rebelião que ameaçou depor comando militar russo, mercenários do grupo Wagner deixaram base militar em Rostov, na Rússia
Após rebelião que ameaçou depor comando militar russo, mercenários do grupo Wagner deixaram base militar em Rostov, na Rússia Imagem: Alexander Ermochenko/Reuters

(Com Reuters)

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Uma versão anterior deste texto dizia que Prigozhin morreu na queda do avião. Apesar de constar na lista de passageiros, é possível que ele não tenha embarcado na aeronave. A agência de aviação russa diz estar investigando.

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