ONU diz que 3.000 grandes macacos são vítimas de caça ilegal por ano
Cerca de 3.000 grandes macacos morrem ou são capturados a cada ano devido ao comércio ilegal, segundo um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) publicado nesta segunda-feira (4).
Entre 2005 e 2011 estima-se que mais de 20 mil exemplares de grandes macacos foram vítimas da caça ilegal, segundo o estudo elaborado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), que supervisiona um projeto específico de conservação conhecido como GRASP.
"Este comércio está florescendo, e é extremamente perigoso para a sobrevivência no longo prazo dos grandes macacos", disse o coordenador do GRASP, Doug Cress, que descreveu este negócio ilegal como "sofisticado, engenhoso, bem financiado e bem armado". "Neste ritmo, os macacos desaparecerão muito rápido", disse Cress.
Além disso, ele advertiu que a captura de um só chimpanzé envolve às vezes matar outros dez.
"Não pode se meter na selva e pegar só um. Tem que brigar. Tem que matar os outros chimpanzés do grupo", disse Cress à imprensa, durante a conferência sobre espécies ameaçadas, que acontece em Bancoc até o próximo dia 14.
O comércio internacional de chimpanzés, bonobos e gorilas, as três espécies de grandes símios africanos - assim como de orangotangos, a única espécie asiática -, está proibido em virtude da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES, na sigla em inglês), cujos países membros estão reunidos nesta semana na capital tailandesa.
Segundo o relatório, muitos destes macacos são vendidos como animais domésticos a compradores ricos, que os veem como um símbolo de poder, ou são adquiridos por zoológicos de reputação duvidosa e explorados pela indústria do turismo ou do entretenimento.
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