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Vazão no São Francisco será ampliada para diluir mancha no rio, diz comitê

Chesf é suspeita de ter causado mancha negra gigante no rio São Francisco - Ermi Ferrari/IMA/Divulgação
Chesf é suspeita de ter causado mancha negra gigante no rio São Francisco Imagem: Ermi Ferrari/IMA/Divulgação

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

24/04/2015 15h57

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco informou nesta sexta-feira (24) que a vazão do rio será aumentada neste fim de semana para tentar diluir a mancha escura que surgiu desde o dia 10 e já ocupa 34 de extensão entre os Estados de Alagoas e Sergipe.

Segundo o comitê, haverá picos na vazão no são Francisco de até 1.500 m³ por segundo. Hoje, a vazão autorizada é de 1.000 m³/s. O pedido foi feito ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), que operam a hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia.

“"O resultado da medida será monitorado para definir o intervalo entre as operações”, informou o comitê, que espera assim renovar a água do reservatório de Xingó, localizado entre Sergipe e Alagoas, e amenizar o problema.

Além disso, o comitê também disse que será criado um grupo de trabalho para discutir soluções do problema. O grupo conta com vários órgãos ambientais e tem o primeiro encontro marcado para dia 30, em Maceió.

Uma outra medida deliberada foi que a ANA (Agência Nacional de Águas) só autorize novos pedidos do setor elétrico para reduzir a vazão do rio após a mancha ser totalmente dissipada. Hoje, por conta da seca, há um pedido em análise para redução da vazão de 1.000 m³/s para 900m³/s.

Nessa quinta-feira (23), o IMA (Instituto do Meio Ambiente de Alagoas) informou que multou a Chesf em R$ 650 mil pelo dano ambiental causado pela liberação de sedimentos no rio São Francisco

De acordo com laudo técnico, a mancha que polui o rio foi causada por uma microalga que surgiu após liberação de sedimentos de uma barragem da Chesf, esvaziada em fevereiro.

O IMA alega os sedimentos estavam acumulados por cerca de 30 anos no lago Belvedere, esvaziado no dia 22 de fevereiro para manutenção. O local fica no Complexo Apolônio Sales, que abastece a usina hidrelétrica de Paulo Afonso (BA).

Até o momento, a companhia federal emitiu apenas um pronunciamento oficial, o qual nega que tenha causado o problema no rio.

"Todo o trabalho de operação das usinas e manejo dos reservatórios da Chesf são feitos com a autorização e fiscalização de órgãos como o Ibama e a Agência Nacional de Águas (ANA). Atualmente, devido à longa estiagem, o rio encontra-se com vazão mínima de 1.100m3/s, a partir da barragem de Sobradinho (BA) e de 1.000m3/s, na carga leve (durante a madrugada, domingos e feriados)", disse.