Mourão rebate ministro e diz que ataque a Bolsonaro foi orquestrado

Luiz Alberto Gomes

Do UOL, em São Paulo

  • Pedro Ribas/ANPr - Agência de Notícias do Paraná

O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice na chapa à Presidência de Jair Bolsonaro (PSL), rebateu o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e disse que não acredita que Adélio Bispo de Oliveira, principal suspeito de atacar o candidato, tenha agido sozinho. O general disse que vem acompanhando as investigações da PF (Polícia Federal) e suspeita que outras pessoas ajudaram no ataque à faca em Juiz de Fora (MG), na quinta-feira (6).

"Não quero acusar sem provas, seria muito forte dizer. Não acredito que foi um lobo solitário, como dito pelo ministro Jungmann. Na minha avaliação, existe mais gente, foi organizado. A PF está investigando e dados estão chegando. Suspeita-se que mais gente tenha 'passado' a arma que ele usou, existem imagens do local na hora do ataque. Mas seria leviano atribuir a alguém", disse Mourão em entrevista realizada pela rádio Jovem Pan nesta segunda-feira (10).

Preso em flagrante pela agressão e depois transferido para um presídio federal em Campo Grande (MS), Adélio Bispo de Oliveira disse que agiu sozinho e motivado pelo "discurso de ódio" do presidenciável. A Justiça determinou quebra de sigilo telefônico do agressor. Um segundo suspeito chegou a ser detido, mas foi liberado por falta de indícios de participação no crime.

O general Mourão também disse que o ataque contra Bolsonaro pode colaborar para reduzir a imagem dele de radical e favorecer a redução na taxa de rejeição do candidato entre as mulheres. Segundo a última pesquisa Ibope, divulgada na quarta-feira (5), o candidato tem o maior índice de rejeição do eleitorado, com 44%. "Temos que buscar reverter, não é Bolsonaro paz e amor, mas vamos colocar que o Bolsonaro é um candidato razoável."

Após o ataque enquanto fazia um ato de campanha ao lado de eleitores, Bolsonaro foi levado para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde passou por cirurgia de emergência, e na sexta-feira (7) foi transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele segue na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e fará nova cirurgia de grande porte.


Mourão defende Villas Bôas

Na entrevista, Mourão também contemporizou a declaração do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, que disse que a legitimidade do próximo presidente eleito pode ser questionada por adversários após o ataque contra Bolsonaro. "A declaração dele procurou acalmar a todos e evitar que esse processo se exacerbe."

A fala do chefe do Exército foi alvo de críticas no meio político. Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) rebateram o general e o PT falou em "grave episódio de insubordinação".

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