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Demóstenes participa de reunião do Conselho de Ética e diz que provará inocência

"Ainda não tive oportunidade de fazer [minha defesa], eu farei e provarei que sou inocente", disse - Divulgação/ABr
"Ainda não tive oportunidade de fazer [minha defesa], eu farei e provarei que sou inocente", disse Imagem: Divulgação/ABr

Do UOL, em São Paulo

12/04/2012 11h06Atualizada em 12/04/2012 15h15

O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) participou na manhã desta quinta-feira (12) da reunião do Conselho de Ética do Senado que escolheu o relator do processo que vai investigar sua relação com Carlinhos Cachoeira, empresário preso pela Polícia Federal acusado de exploração de jogos ilegais. Logo no começo da reunião, Demóstenes disse que vai se defender e provar sua inocência.

Demóstenes defende-se no Conselho de Ética

Escutas da PF reproduzidas em reportagens de diversos veículos da imprensa mostram que o senador é suspeito de receber presentes e favores do contraventor --que atua principalmente em Goiás, Estado do parlamentar--, além de participar do esquema ilegal e de intervir no Congresso em favor de Cachoeira. Outros políticos, como deputados federais e governadores, também são investigados por envolvimento no caso. 

"Quero provar a minha inocência no mérito. E o foro competente é este Conselho de Ética. Provarei que sou inocente. Primeiramente apresentarei uma defesa por escrito e depois virei aqui responder os questionamentos, conforme o regimento desta Casa", disse Demóstenes aos parlamentares.

Ontem, o senador já havia sido notificado do processo aberto na última terça-feira, a partir de uma representação do PSOL. Ele tem prazo de dez dias úteis para apresentar sua defesa prévia no conselho. 

Nesta quinta, o senador questionou a forma como o parlamentar Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) foi escolhido presidente do conselho. Demóstenes argumentou que o senador mais idoso pode substituir o presidente e o vice-presidente do Conselho de Ética em caso de ausência de ambos, mas não em caso de vacância do cargo de presidente, que seria o caso, já que o presidente anterior, senador João Alberto (PMDB-MA), se licenciou do mandato para assumir cargo no governo do Maranhão.

"Antes da minha defesa, que eu farei por escrito e depois farei oportunamente nesta comissão, eu gostaria apenas que o conselho elegesse definitivamente o presidente, conforme o regimento, no prazo de cinco dias", afirmou.

Demóstenes disse ainda que não pretendia alegar nulidade de nenhum ato, mas sugeriu que o conselho formalizasse a eleição do seu presidente.

Valadares assumiu o cargo de presidente interino do conselho na terça-feira na falta de uma indicação do PMDB e por ser o senador de maior idade entre os integrantes do conselho, conforme prevê o regimento. Hoje, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, indicou que Valadares deve permanecer na presidência e ele foi eleito de forma definitiva para o posto.

Relatório

Caberá ao relator escolhido hoje, o senador Humberto Costa (PT-PE), produzir um documento recomendando absolvição ou punições a Demóstenes. Entre as penas estão desde uma advertência até a perda do mandato. Após isso, o relatório será votado pelo conselho.

Se for decidido que o senador deve ser cassado, o pedido ainda terá que passar pelo plenário da Casa, em votação secreta.

De acordo com o presidente do Conselho de Ética, o processo sobre a possível quebra de decoro parlamentar se justifica por tratar de fatos que ocorreram durante o mandato de Demóstenes. 

Valadares afirmou que as acusações contra o senador são de conhecimento público e constam dos autos do inquérito 3.430, com relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, no STF (Supremo Tribunal Federal), aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República.

(Com Agência Senado)

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