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Requerimento de CPI prevê investigação de elos entre Cachoeira e agentes públicos e privados

Da Agência Senado, em Brasília

12/04/2012 13h06

No momento em que o Conselho de Ética do Senado escolhia um relator para o processo em que Demóstenes Torres é acusado de ferir o decoro parlamentar por aliança com Carlos Cachoeira, chegava ao colegiado o texto final do requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar práticas criminosas que envolvem esse empresário e agentes públicos e privados.

Trazido pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA), o requerimento se destina à criação de CPMI para, no prazo de 180 dias, investigar os atos ilícitos desvendados pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo. O requerimento afirma ainda que as providências serão conduzidas sem prejuízo de que sejam acrescentados novos fatos que se ligarem intimamente ao objeto principal da investigação.

Assim que chegou, o documento passou a ser subscrito pelos integrantes do Conselho de Ética. Para ser criada, é necessário que a CPMI tenha o apoio de 171 deputados e 27 senadores.

No início desta semana, os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), concordaram com a criação da CPMI por entenderem que era manifesta a vontade geral, de líderes partidários e da população, em favor dessa investigação.

O requerimento de criação da comissão fixa em R$ 200 mil o limite das despesas a serem realizadas no trabalho de investigação. No documento, considera-se haver “indícios de que é dilatado o espectro de ilicitudes que envolvem a pessoa de Carlos Augusto Ramos”.

E afirma-se que “seu tentacular envolvimento com o poder público pode levar a perigoso comprometimento do fundamento republicano e da credibilidade das instituições, sob a égide do Estado Democrático de Direito”.