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Conheça a opinião dos quatro candidatos à presidência da Câmara sobre deputados do mensalão e outros temas

Do UOL, em Brasília

21/01/2013 06h00

A menos de duas semanas da eleição para o novo presidente da Câmara dos Deputados, as campanhas dos quatro parlamentares que concorrem ao posto estão a todo vapor. A votação está marcada para o próximo dia 4 de fevereiro.

São candidatos Henrique Eduardo Alves (PMBD-RN), Júlio Delgado (PSB-MG), Ronaldo Fonseca (PR-DF) e Rose de Freitas (PMDB-ES).

Alves é o favorito e conta com o apoio de ao menos 12 partidos. Já Fonseca e Rose são candidatos independentes e não têm o apoio nem da própria sigla.

Delgado diz ter apoio do PSB, mas o presidente do partido, o governador Eduardo Campos (PE), não formalizou seu suporte ao deputado.

Em meio a denúncias envolvendo o nome de Alves, o pleito pode não ser tão fácil para o peemedebista. O candidato independente Ronaldo Fonseca fala até em segundo turno na eleição para o dirigente máximo da Câmara.

Veja abaixo o que pensam os quatro principais candidatos sobre assuntos de interesse nacional, como a perda de mandato dos deputados condenados no julgamento do mensalão no STF.

O que pensa sobre a imagem da Câmara

Henrique Eduardo Alves Em carta, defendeu que o ciclo "político-institucional" exige um "Parlamento forte e respeitado". Alves ainda propõe maior cuidado com a imagem dos parlamentares. Para isso, vai reforçar a TV Câmara, que tem força junto aos redutos eleitorais e ainda lançar um instituto de pesquisa para avaliar a atuação da Câmara. A proposta é criar convênios nos Estados para a TV Câmara, que passariam a acompanhar ações de deputados aos fins de semana e não só em Brasília
Júlio Delgado Em entrevista ao UOL, disse que “a Câmara tem sido uma Câmara para alguns, que não vota projeto de iniciativa parlamentar. Está destoada da sociedade brasileira. Ela precisa se reencontrar com a sociedade e ter a credibilidade de volta”
Ronaldo Fonseca Afirmou ao UOL que “a sociedade está vendo o Parlamento brasileiro hoje na contramão. Você vai ver as pesquisas, por exemplo, elas colocam a Câmara Federal, o Congresso Nacional, embaixo nas pesquisas. Hoje, nós temos um dos Parlamentos mais caros do mundo, talvez perdendo para os Estados Unidos. No entanto, a sociedade acha que deputado não trabalha. Temos que discutir isso com a sociedade. Que Parlamento nós queremos? Ninguém quer fechar o Congresso. Continuar do jeito que está não podemos”
Rose de Freitas “A Casa precisa ser enxergada como um Poder que tem que ser estruturado para servir à população. É preciso haver um programa em que o povo se sinta prestigiado, que contemple projetos de lei que visem os benefícios que a sociedade precisa. Não temos nenhuma resposta em que se possa dizer: ‘Olha, efetivamente o Legislativo aprovou essas leis e o povo se sente gratificado com elas. Sabemos que estamos frequentando o último índice de avaliação pela opinião pública em comparação aos outros Poderes”, disse ao UOL

Cassação de mandato de deputados condenados no mensalão

Henrique Eduardo Alves Alves disse, em entrevista à "Folha de S.Paulo", que se eleito, não pretende cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal pela cassação automática do mandato dos condenados no julgamento do mensalão. Segundo Henrique Alves, a "Constituição é clara" e, portanto, cada Poder deve ficar "no seu pedaço"
Júlio Delgado Disse ao UOL que defende a perda de mandato pelo plenário da Câmara. “O que cabe neste momento não é discutir a decisão do Supremo, mas interpretar a Constituição. A Constituição diz que não se discute decisão do Supremo. É preciso esperar a publicação do acórdão, que pode determinar a perda do mandato pela Mesa da Câmara ou pela votação secreta no plenário, até porque [os condenados] terão direito a, por conta do placar apertado, entrar com embargos infringentes [para contestar a decisão]. Na minha opinião, a perda tem que ser pelo plenário da Câmara, que é a instância máxima, mas sem nenhum trânsito por comissão”
Ronaldo Fonseca Em entrevista ao UOL, disse que irá “cumprir a Constituição”. “O Supremo vai oficiar a Mesa da Câmara, e eu como presidente, vou cumprir a Constituição e, se cumprir a Constituição, nos casos têm que ir para o plenário. Quem decide é o plenário”
Rose de Freitas Afirmou ao UOL que não irá contestar o Supremo. “Deixar de cumprir uma lei não pode. Se o Supremo determinou que a perda de mandato seja imediata, não cabe a ninguém contestar. A Casa faz apenas a comunicação ao deputado através da Mesa Diretora sobre a perda do mandato”

Como está sendo a campanha

Henrique Eduardo Alves A campanha de Alves incluiu, até agora, viagens a mais de 10 capitais, com direito a reuniões com os respectivos governadores e as bancadas estaduais. Também tem espalhado farto material de divulgação na Câmara
Júlio Delgado Tem mantido uma agenda cheia de reuniões e almoços com políticos para angariar votos. Só na semana passada, por exemplo, esteve em Manaus, Belém, Recife, João Pessoa e Maceió. Segundo ele, nem nas partidas de futebol que joga semanalmente com colegas o assunto sai da pauta. Para conquistar apoio, revela ter mandado e-mail aos demais parlamentares com a frase: “Ou nós mudamos ou nós seremos mudados”, atribuída a Ulysses Guimarães
Ronaldo Fonseca Fonseca diz estar fazendo uma campanha de baixo custo, incluindo apenas ligações, e-mails com pedidos de apoio aos demais colegas de Câmara e reuniões. Ele também usará as redes sociais para auxiliá-lo. Disse que não fará “acordos” e nem entrará no esquema de troca de favores para conquistar o voto dos demais 512 deputados
Rose de Freitas Sua casa em Brasília tem funcionado como um quartel-general da campanha. Rose diz que o ritmo de campanha tem sido intenso, com poucas horas de sono. Ela não tem viajado para fora da capital federal