Topo

Líder do governo na Assembleia do Acre rejeita apuração e diz "todas as CPIs acabam em pizza"

Assem Neto

Do UOL, em Porto Velho

14/05/2013 19h09

O líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre, deputado Astério Moreira (PEN), afirmou, durante pronunciamento, nesta terça-feira (14), que "todas as CPIs acabam pizza". A declaração era dirigida à oposição, que pede a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar contratos firmados pelo governo do Estado.

Na semana passada, 15 secretários de Estado, empreiteiros e outros servidores de segundo escalão foram presos pela PF (Polícia Federal), na chamada Operação G-7. O grupo teria montado um esquema para favorecer empreiteiras locais. Em apenas seis contratos, a PF estima um desvio de R$ 4 milhões.

O pronunciamento do líder do governador Tião Viana (PT) gerou revolta de manifestantes que ocupavam as galerias da casa após um ato contra a corrupção em que as escadarias do Palácio Rio Branco foram lavadas.

Parlamentares de oposição usaram vassouras e rodos, em protesto ao desvio de verbas públicas do Programa Ruas do Povo, financiado com recursos federais. 

O deputado Wherles Rocha (PSDB), que propôs a CPI, defende que todos os contratos sejam examinados e lamentou a postura do colega. “Vossa excelência tem um pensamento medíocre. Isso é um absurdo”, afirmou.

Suspeitos de desviar de R$ 4 milhões são presos no Acre

“CPI é brincadeira, é uma vergonha e acabará em pizza. A maioria delas acaba em pizza”, disse Moreira, novamente. A oposição tem cinco assinaturas e depende de outras três para propor a investigação.

Afastamento de envolvidos

O deputado Ney Amorim (PT) reagiu às cobranças para que o governador afaste do cargo os oito servidopres públicos presos, inclusive o seu sobrinho, Tiago Paiva, diretor de Análises Clínicas da Secretaria de Saúde.

“Se alguém deste governo estiver envolvido com algo ilícito o governador vai tomar a medida certa no momento certo", disse.  “É o momento mais difícil do meu mandato. Estou com o meu coração apertado e triste”, destacou Eduardo Farias, do PC do B, aliado do governador, que elogiou o trabalho da PF mas negou apoio à proposta de CPI.