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Tucano diz que "trapalhada" com plebiscito é "um dos maiores fracassos de um presidente"

Débora Melo

Do UOL, em Brasília

04/07/2013 18h04Atualizada em 04/07/2013 18h48

Após o anúncio do vice-presidente Michel Temer, que recuou e disse que o governo mantém, sim, a ideia de que o plebiscito sobre a reforma política valha para as eleições de 2014, o senador tucano Aloysio Nunes (SP), líder do PSDB no Senado, disse que a presidente Dilma Rousseff se meteu em uma “trapalhada”.

“Acho que é um dos maiores fracassos políticos de um presidente da República isso que está acontecendo, por conta da trapalhada em que a presidente Dilma se meteu. Ela primeiro disse que ia pedir ao Congresso para convocar um plebiscito para fazer uma Constituinte exclusiva da reforma política. Depois recuou e quer fazer um plebiscito. A manobra fracassou. Quis fazer uma mágica para desviar a atenção do povo”, disse.

Pela manhã, Temer declarou que o governo havia descartado a chance de fazer um plebiscito a tempo de que as regras fossem aplicadas para as próximas eleições. Na ocasião, o vice-presidente disse que  "não há mais condições de fazer qualquer consulta antes de outubro.

Não há condições de plebiscito valer para 2014, diz Temer

"Não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha se aplicará para as próximas eleições e não para esta [2014]". À tarde, retificou: "Embora reconheça as dificuldades impostas pelo calendário, reafirmo que o governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014", escreveu em nota oficial.

Para o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), a "tese de plebiscito acabou".

"Essa tese de plebiscito, a essa altura, acabou. Os juristas, a sociedade, a classe política, todos já entenderam que foi entregue ao Congresso a tarefa de votar ilegalmente uma coisa que não ia produzir nada para o país, que não ia ter eficácia."

O senador disse ainda que acredita que o vice-presidente prejudicou sua imagem de bom constitucionalista. "Eu nunca senti firmeza nenhuma na manifestação do vice-presidente Michel Temer. Eu gostaria que ele tivesse mantido a posição que corresponde ao seu talento para que a imagem do constitucionalista de respeito que ele tem fosse mantida."

O senador tucano Aécio Neves (MG), potencial candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, disse que o plebiscito "nasceu morto".

"Nasceu morto e o governo sabia disso. O governo, quando criou a constituinte exclusiva, que durou 24 horas, sabia que ela era inviável. Quando apresentou uma proposta de plebiscito sobre temas tão complexos em um prazo tão curto, sabia que era inviável", disse Aécio.