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Presidente da Câmara diz não esperar "guerra" sobre CPI da Petrobras

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

07/05/2014 11h54

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), rebateu nesta quarta-feira (7) comentário do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência, de que a oposição se prepara para uma “guerra” contra a base aliada na sessão de hoje do Congresso convocada para instalar a CPI mista da Petrobras.

“Não, eu acho que não [guerra entre governo e oposição]. Haverá a solicitação para os líderes indicarem os membros, mas eu não vejo dessa forma não”, disse Henrique Alves ao chegar à Câmara pela manhã.

Em entrevista a rádios de Alagoas hoje, o tucano disse que a oposição está se preparando para mais uma “guerra que não acaba nunca” na tentativa de conseguir instalar uma comissão para investigar a estatal.

"Estamos nos preparando para mais uma guerra da CPI [da Petrobras]. Uma guerra que não acaba nunca", disse Aécio no rádio.

Para o presidente da Câmara, a opinião pública cobrará dos parlamentares uma CPI com “equilíbrio”.

“Essa Casa tem responsabilidade de conduzir uma CPI com muito equilíbrio, sensatez, até porque será cobrada pela opinião pública sobre esse comportamento. Vai se instalar uma CPI tranquila e importante. Portanto, que vai honrar os trabalhos dessa Casa”, completou.

Pressionado pelo PMDB, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou para hoje uma sessão do Congresso para instalar oficialmente a CPI mista e pedir a indicação dos integrantes aos partidos.

Sob impasse há semanas, a instalação de uma CPI (mista ou exclusiva no Senado) tem sido alvo de intensos debates. A oposição quer que sejam investigadas denúncias envolvendo apenas a Petrobras, enquanto a base aliada defende que sejam apuradas também suspeitas de irregularidades em temas sensíveis de partidos adversários do Planalto, como a formação de cartel no metrô de São Paulo, governado pelo PSDB.

Os oposicionistas chegaram a recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em sua decisão, a ministra Rosa Weber determinou a instalação imediata da CPI exclusiva do Senado para investigar somente a Petrobras, mas há entendimento de que essa decisão, pelo mesmo princípio, de que o foco da apuração seja limitado à estatal, poderia ser aplicada também à comissão mista.