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'Me nego a fazer sessão durante os jogos do Brasil', diz relator da CPI mista da Petrobras

Presidente da CPI mista da Petrobras, Vital do Rego (PMDB-PB) (à esq.), e o relator da comissão, Marco Maia (PT-RS) - Pedro França/Agência Senado
Presidente da CPI mista da Petrobras, Vital do Rego (PMDB-PB) (à esq.), e o relator da comissão, Marco Maia (PT-RS) Imagem: Pedro França/Agência Senado

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

28/05/2014 18h08

No seu primeiro dia de funcionamento, a CPI mista da Petrobras recebeu nesta quarta-feira (28) mais de 500 requerimentos dos partidos, incluindo pedidos de convocação e quebra de sigilo, mas nenhum foi votado.

O relator da comissão, deputado federal Marco Maia (PT-RS), que é ex-presidente da Câmara e aliado do governo federal, ficou de apresentar na tarde da próxima segunda-feira um cronograma de trabalho, mas já adiantou que, durante os jogos do Brasil na Copa, não haverá sessão da CPI. Ele considera, porém, continuar com os trabalhos até durante o recesso parlamentar, em julho.

“A Copa é um evento importante, mas a Câmara, o plenário vai trabalhar durante este período. O que eu posso afirmar para vocês é que durante os jogos da seleção brasileira nós não iremos fazer sessão da CPI. Aí, eu me nego a fazer sessão durante os jogos da seleção brasileira”, disse.

Ele minimizou ainda a questão do tempo exíguo diante da proximidade do recesso e do início das campanhas eleitorais, a partir de junho.

“Uma CPI não respeita recesso. Eu mesmo já fui relator de uma CPI, a CPI da crise do setor aéreo, e nós trabalhamos durante o recesso como qualquer outro plenário da Casa, é só pedir uma autorização para o presidente, e a CPI pode trabalhar tranquilamente durante o recesso”, disse.

O relator rebateu cobranças da oposição de que a CPI seja célere e destacou que a CPI tem 180 dias para ser concluída. Ele defendeu ainda que os trabalhos seja técnicos e não se pautem pelas eleições de outubro.

“Eu sei que há uma certa pressa de alguns para que o processo de investigação da CPI tenha impacto no processo eleitoral. Eu acho que isto um erro”, disse.

O deputado acrescentou que a CPI não vai abrir mão de requisitar quebra de sigilo quando for necessário, mas que o fará após ter acesso às investigações da Polícia Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União), uma vez que já poderão trazer esses dados.

“Eu acho que uma CPI como essa não pode prescindir da quebra de sigilos bancários, fiscais e telefônicos. Isto faz parte do processo de investigação.”