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Custo de refinaria em PE subiu por causa do tipo de petróleo, diz Costa

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa depõe na CPI da Petrobras no Senado, ao lado do presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB) - Pedro Ladeira/Folhapress
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa depõe na CPI da Petrobras no Senado, ao lado do presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

10/06/2014 11h45Atualizada em 10/06/2014 12h00

Em depoimento à CPI da Petrobras no Senado, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa atribuiu nesta terça-feira (10) a elevação do custo da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, ao tipo de petróleo vindo da Venezuela.

Com custo inicial previsto em US$ 2,5 bilhões (R$ 5,6 bilhões), o preço final da refinaria deverá chegar a US$ 18,5 bilhões (R$ 41,5 bilhões) quando ficar pronta, em 2015.

Costa explicou que a empresa venezuelana PDVSA demorou cerca de três anos para informar o “DNA do petróleo”, com o detalhamento das suas características, como densidade.

Assim, quando esses dados chegaram, a equipe técnica da Petrobras teve que redesenhar o projeto da refinaria para poder refinar o petróleo.
“Cada tipo de petróleo tem um DNA, que tem que levar em conta quando for fazer projeto da refinaria. (...) O protocolo [com a PDVSA] foi assinado em 2005 e (...) tivemos uma dificuldade muito grande para nos fornecer as características do petróleo. (...) Não foi por falta de cobrança”, disse.

“Quando esse dado chegou para o centro de pesquisa, verificaram que não dava para ter apenas um trem de refino. (...) Tivemos que reavaliar todo o projeto da refinaria de Abreu e Lima por conta da caracterização do petróleo que chegou em 2008”, acrescentou.

Para Costa, a Petrobras se precipitou ao divulgar estimativa “preliminar” do valor da construção da unidade, sem ter ainda definido o projeto.
“Esse dado [R$ 2,5 bilhões] era extremamente preliminar e a Petrobras errou em divulgar esse número, porque era muito preliminar. Esse foi o erro da Petrobras”, disse.

Ele voltou a repetir que a estatal fez uma “conta de padeiro” ao estimar o valor. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, ele já havia criticado a estatal nesse ponto.

“Quando [a Petrobras] divulgou esse dado, não tínhamos ainda o projeto da refinaria, não tínhamos ainda o DNA do petróleo da Venezuela e não tínhamos feito nenhuma licitação”, disse. “Não tem sobrepreço, não tem superfaturamento, o preço é que foi divulgado na hora errado.”