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Paulo Marinho diz querer recuperar celular de Bebianno: 'Acabar com dúvida'

Retrato de Paulo Marinho, que esteve diretamente envolvido na campanha presidencial que elegeu Jair Bolsonaro - Ricardo Borges/UOL
Retrato de Paulo Marinho, que esteve diretamente envolvido na campanha presidencial que elegeu Jair Bolsonaro Imagem: Ricardo Borges/UOL

Do UOL, em São Paulo

23/05/2020 22h00Atualizada em 23/05/2020 22h05

O empresário Paulo Marinho disse que espera recuperar o celular de Gustavo Bebianno, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República que morreu de infarto em março deste ano. Segundo ele, o aparelho está nos Estados Unidos. Bebianno foi colaborador de Jair Bolsonaro (sem partido) na campanha que o elegeu presidente.

"Esse celular está nos EUA, e eu espero um dia ter acesso a esse celular", disse ele, em entrevista à GloboNews gravada depois de seu depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), mas antes da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.

O empresário disse que não sabe o que encontraria no celular. "Não tenho a menor ideia. Esse celular tem registro de conversas dele [Bebianno] durante um ano e meio de convívio da campanha entre ele e todas as pessoas que participaram da campanha", afirmou.

"Eu não posso te dizer o que tem [no celular], até porque eu não tenho conhecimento. Mas eu quero registrar esse telefone, até para saber o que tem ali. Para acabar com essa dúvida que é sua [da repórter Andréia Sadi] e que é minha também. Esse assunto está sendo tratado, é o que eu posso te dizer", completou Marinho.

O empresário depôs ao MPF anteontem, no Rio de Janeiro, e um dia antes falou por mais de cinco horas à Polícia Federal sobre o suposto vazamento de informações envolvendo a Operação Furna da Onça, em 2018 -um delegado da PF teria vazado para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, uma investigação contra o ex-assessor Fabrício Queiroz.

"Diante de tudo que aconteceu e de todas as questões que o senador [Flávio] tem enfrentado, eu, pessoalmente, acho que ele não tem a menor condição de continuar no Senado representando o estado do Rio de Janeiro, com a importância que o estado tem, e pesando sobre ele todas essas dúvidas que estão sendo apontadas e investigadas", disse Marinho.

"E eu queria te dizer o seguinte, até apontando aqui para a câmera. Se o senador Flávio Bolsonaro renunciar ao mandato de senador hoje, na próxima semana, no dia seguinte eu renuncio do meu. Agora, ele precisa renunciar ao dele primeiro", avisou, referindo-se ao fato de que é suplente de senador pelo Rio de Janeiro.

"Eu acho que o noticiário aponta para situações muito embaraçosas para ele. Existem investigações em curso que deixam ele em uma situação muito delicada", concluiu Paulo.