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'Derrota acachapante do governo', diz Marcelo Ramos sobre voto impresso

Colaboração para o UOL

11/08/2021 09h11

Após a Câmara dos Deputados rejeitar proposta do voto impresso, o deputado federal e vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), chamou a decisão de "derrota acachapante do governo". A proposta é uma das bandeiras do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

Na análise de Ramos, a votação foi mais expressiva do que o demonstrado pelos posicionamentos contrários e favoráveis, já que os que se abstiveram "tiveram o efeito de votar contra", disse o político ao UOL News. Ao todo, 229 apoiaram a PEC, 218 discordaram e um se absteve. Eram necessários 308 votos para que a discussão avançasse.

"Se considerar que essa tem sido a pauta mais importante para o presidente da República, que potencializou todas as suas energias e mobilizou suas milícias digitais para constranger e ameaçar deputados e deputadas, podemos ver uma derrota acachapante do governo", opinou.

Apesar de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, ter dito que Bolsonaro concordou em enterrar o assunto após a votação, Ramos não descarta a possibilidade do líder do governo federal trazer o tema à tona novamente.

"O presidente Bolsonaro não sabe governar, não sabe oferecer respostas ao desemprego, à fome, ao fechamento de empresas, à desindustrialização do país. Então, ele precisa criar crises artificiais para justificar sua presença na presidência da República", falou Ramos.

O vice-presidente da Câmara também lamentou os rumos que a conversa sobre a segurança do voto tomou. "O debate é absolutamente legítimo e milhares de brasileiros se envolveram por boa vontade, mas ele foi sequestrado por uma seita que resolveu utilizar esse debate para confrontar a democracia e os tribunais", completou.

Possibilidade de impeachment

Perguntado sobre os mais de 100 pedidos de impeachment feitos para investigar Bolsonaro, Ramos disse que acha "natural" Lira ser mais prudente quando se trata desse assunto.

Se o Brasil tivesse impeachment por incompetência, o presidente não tinha durado nem o primeiro ano, porque já foi um desastre. A economia vinha cambaleando em 2020 e a pandemia salvou Paulo Guedes. Estamos saindo da pandemia e agora vai todo mundo reduzindo perspectiva de crescimento, porque a economia e o governo erram feio na resposta à pandemia.
Marcelo Ramos

Lendo os pedidos de impeachment e estudando as leis, o deputado falou que tem chegado à conclusão de que "pelo menos um crime de responsabilidade precisa ser investigado, que é ameaça à ordem democrática". No entanto, ele ressaltou que seria ameaça e não agressão à democracia.

"Consolida ameaça quando ele diz que não fará eleições se não for como ele quer ele e diz que fechará o Congresso. Quando ele diz que não dará posse ao eleito se não for ele, quer dizer que não respeita a vontade do povo brasileiro. Vai ficando claro, para mim, que pelo menos por esse crime de responsabilidade ele precisa ser investigado", explicou.