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Oito em cada 10 usuários de plano de saúde tiveram problemas com atendimento, aponta pesquisa

Do UOL, em São Paulo

15/08/2012 13h47Atualizada em 15/08/2012 18h34

Quase oito em cada dez usuários de planos de saúde (ou 77% deles) sofreram algum problema com o atendimento nos últimos dois anos no Estado de São Paulo. O dado é de pesquisa do Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina (APM) nesta quarta-feira (15). O objetivo do levantamento foi investigar os principais conflitos e deficiências percebidas na utilização dos serviços.

A Associação Paulista de Medicina e a ProTeste aproveitaram a ocasião para lançar um serviço nacional de apoio exclusivo aos pacientes de plano de saúde. O telefone 0800.200.4200 atenderá reclamações de todo o Brasil, oferecendo esclarecimento e apontando encaminhamentos para a garantia dos direitos dos usuários de planos de saúde.

Aproximadamente 6,2 milhões de usuários tiveram problema em consulta médica; as principais queixas referiram-se a:

1. Demora na marcação de consultas53%
2. Médico saiu do plano30%
3. Demora na autorização da consulta25%
5. Falta de médicos nas especialidades20%
6. Demora na autorização de exames, durante a consulta19%
7. Restrição para realização de exames, durante a consulta11%

A amostragem retrata o universo de 10 milhões de pacientes da saúde suplementar e teve como base 804 entrevistas, distribuídas por todo o Estado, com uma população de 18 anos ou mais, possuidora de plano ou seguro saúde, que utilizou algum serviço nos últimos 24 meses.

Estima-se que 40% da população do estado de São Paulo possui plano ou seguro de saúde,  o que equivale a 12,4 milhões de pessoas a partir de 18 anos.

Principais queixas

O índice de usuários com problemas foi de 64% em consultas; 40% em exames diagnósticos e 72% em pronto-socorro.

No caso das consultas, as principais queixas são de demora para marcação (53%), médico que saiu do plano (30%) e demora para autorização (25%).

Em exames diagnósticos, as reclamações recorrentes são de demora para marcação e poucas opções de laboratórios (ambas mencionadas por 24%), entre outras.

No pronto-socorro, 67% das reclamações são referentes a superlotação na sala de espera, 51% a demora para atendimento e 12% a demora para realização de exames e também a locais inadequados para medicação. Também aparecem entre as queixas a negativa de atendimento (5%) e a demora ou negativa na transferência para leito hospitalar (4%).

Internações e cirurgias

Ainda de acordo com a pesquisa, 37% dos usuários tiveram problemas com internação hospitalar. A maior parte reclamou de poucas opções de hospitais (30%), demora para autorizar a internação (16%) e falta de vaga (9%).

Do total de entrevistados, 15% reclamaram de problemas em cirurgias, como a demora na autorização (11%) e a falta de cobertura para materiais especiais (4%).

Pagamentos

Apenas 3% dos usuários ouvidos fizeram queixas sobre preços e pagamentos, a maior parte sobre valores reembolsados.

Segundo o levantamento, 1% dos usuários já recorreu à Justiça contra algum plano de saúde. Entre os entrevistados a partir de 60 anos, o índice chega a 3%. No entanto, 14% dos usuários têm conhecimento de alguma pessoa que já recorreu contra um plano de saúde.