Dilma condena intervenções militares em seu discurso na ONU

Em Nova York

A comunidade internacional foi incapaz de resolver antigos conflitos e impedir o surgimento de novas crises, já que o uso generalizado da força não age sobre as causas de tensão, afirmou nesta quarta-feira (24) a presidente Dilma Rousseff ante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Em um enérgico discurso que inaugurou a 69ª Assembleia Geral, Dilma afirmou que a geração de líderes mundiais à qual ela própria pertence foi "incapaz de resolver velhas disputas e evitar o surgimento de novas". "O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas de conflito".

Dilma declarou que isso fica em evidência na "persistência da questão da Palestina, no massacre sistemático do povo sírio, na trágica desestruturação nacional do Iraque, na insegurança na Líbia, nos conflitos no Sahel", assim como na Ucrânia.

Para a presidente brasileira, "cada intervenção militar não nos permite caminhar na direção da paz, e sim no aprofundamento dos conflitos".


Esse recurso à força armada leva a uma "trágica proliferação no número de vítimas civis e catástrofes humanitárias". "Não podemos permitir o aumento destes atos de barbárie, que ferem nossos valores éticos, morais e civilizatórios", enfatizou.

Em apoio a uma já conhecida posição da diplomacia brasileira, Dilma pressionou por uma reforma do Conselho de Segurança, que torne esta instância um representante mais fiel do mundo atual.

"O Conselho de Segurança tem dificuldades em promover soluções pacíficas para os conflitos. É necessária uma reforma profunda do Conselho para superar a paralisia atual. Este processo já demorou muito".

O discurso de Dilma Rousseff, no primeiro dia da Assembleia Geral da ONU, acontece um dia depois que os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, operação que virou o tema central da cúpula em Nova York.

A presidente brasileira também alertou que as principais instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), correm o risco de perder legitimidade e eficácia.

Isso acontece, assinalou, pela "disparidade entre a crescente importância de los países em desenvolvimento na economia global, e sua insuficiente representação os organismos financeiros".

 

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