Detidos 90 opositores cubanos que protestavam com máscaras de Obama
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Francisco Jara/AFP
Cerca de 90 opositores cubanos, entre eles meia centena de Damas de Branco, foram detidos neste domingo (9) e depois libertados após protestarem usando máscaras do presidente Barack Obama em rechaço à reabertura da embaixada americana na ilha.
Policiais uniformizados e à paisana, acompanhados de manifestantes governistas, cercaram os opositores e os prenderam às 14h locais (15h de Brasília), quando eles se preparavam para retornar às suas casas após a caminhada dominical tradicional das Damas de Branco, no setor de Miramar, em Havana.
Vários opositores usavam máscaras com o rosto de Obama, em protesto contra a aproximação dos dois países, iniciada em dezembro.
"Obama é culpado do que está acontecendo em Cuba, o governo cubano se animou com as negociações" com Washington, declarou o ex-preso político Ángel Moya --marido da líder das Damas de Branco, Berta Soler-- ante os demais ativistas em uma praça, minutos antes de ser detido.
"Obama deve impor condições ao governo cubano para que ponha fim à violação dos direitos humanos", disse Berta à AFP. "Para nós, seria muito importante que, quando Kerry chegar a Cuba para inaugurar oficialmente a embaixada americana (na próxima sexta-feira), possa se reunir com uma representação da sociedade civil cubana."
Os opositores sabiam que seriam detidos após o movimento, e Moya recomendou aos ativistas que não oferecessem resistência. Nos últimos anos, os dissidentes detidos têm sido libertados horas depois.
Berta denunciou que este é o 17º domingo consecutivo em que o governo comunista cubano reprime as Damas de Branco, grupo mais visível da oposição cubana, ganhador do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu em 2005.