"Mamãe Merkel": O grito de amor dos refugiados sírios na Alemanha

Em Berlim

  • REUTERS/Fabrizio Bensch

Em frente a um centro de acolhimento para refugiados, Ramadan Salah exibe orgulhosamente seu telefone celular com a selfie que tirou com a chanceler alemã Angela Merkel e diz, com um grande sorriso: "É como uma mãe para nós".

Alojado neste abrigo do bairro de Spandau, em Berlim, este curdo da Síria que fugiu da guerra em seu país não hesita em declarar sua afeição para com a líder alemã, que se transformou, nas últimas semanas, na fervorosa defensora dos refugiados numa União Europeia em grande parte reticente em acolher os migrantes.

EPA/BERND VON JUTRCZENKA
"Ela ajudou tantos refugiados (...) era um sonho para mim tirar uma foto com a sra. Merkel, e agora é uma realidade", declarou nesta quinta-feira o homem de 35 anos que sonha em obter o status de refugiado para trazer seus filhos, que permaneceram em sua terra natal devastada.

"Espero que 'mamãe Merkel', se Deus quiser, ajude ainda mais os refugiados sírios", diz ele, que confessa ter entregue à chanceler uma carta de agradecimento.

Este carinho pela líder conservadora, em especial, e pela Alemanha, em geral, é ouvido de muitos imigrantes que atravessaram por mar, trem ou a pé as fronteiras, arriscando suas vidas para chegar à Alemanha.

Emoção e integração

Em Giessen, na região de Hesse (centro), 5.000 foram alojados em um antigo quartel de militares americanos. Ao ver os repórteres, os moradores manifestam o seu apreço para com um país disposto a receber 800.000 requerentes de asilo este ano.

"A escola (de alemão do centro) está indo bem, a Alemanha está muito bem", diz um sírio de 40 anos.

Na entrada do prédio, um afegão de trinta anos acrescenta que "estamos felizes aqui, por favor, não nos enviem de volta!".

Longe das explosões de morteiros, do assobio das balas, as crianças brincam em campinhos e pracinhas. Aulas de alemão estão sendo ministradas e uma enfermaria foi instalada em um contêiner.

Orgulhoso com o trabalho realizado, o ministro dos Assuntos Sociais de Hesse, Stefan Grüttner, fica visivelmente comovido com o presente que recebeu de uma criança: uma pequena bandeira alemã de papel na qual desenhou um coração.

"Isso me emociona", diz ele.

O carinho dos refugiados pela Alemanha parece mútuo. As autoridades em Berlim e Giessen enfatizam que tudo está correndo bem, apesar do grande fluxo.

"É claro que durante as conversas percebemos que há questões a resolver, há problemas, mas no geral há um alto nível de satisfação", afirma Grüttner, que espera que os 1.000 refugiados que dormem atualmente em tendas encontrem abrigo antes do inverno.

E Angela Merkel, depois de sua visita ao centro de Spandau, depois de conversar com os refugiados, expressou sua disposição para receber e integrar estas vítimas da guerra.

"A integração se dará em parte graças às crianças, que aprendem alemão muito rapidamente na escola. E eu espero que todos aqui queiram aprender a nossa língua", disse ela.

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