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Juiz revoga proibição de fuzis de assalto na Califórnia

Arquivo - Decisão vem apenas uma semana após funcionário do serviço de transporte público matar oito pessoas em San José - Amy Osborne/AFP
Arquivo - Decisão vem apenas uma semana após funcionário do serviço de transporte público matar oito pessoas em San José Imagem: Amy Osborne/AFP

Em Los Angeles

05/06/2021 08h41

Um juiz americano revogou, ontem, uma proibição de fuzis de assalto na Califórnia, em vigor há três décadas, numa decisão rapidamente condenada pelo governador do estado, Gavin Newsom, e que coincide com um forte aumento dos casos de violência armada no país.

Em uma decisão de 94 páginas, o juiz federal Roger T Benitez descreveu a proibição de fuzis de assalto na Califórnia - em vigor desde 1989 - como inconstitucional e defendeu o direito dos americanos de possuir fuzis semiautomáticos.

"Como o canivete suíço, o popular fuzil AR-15 é uma combinação perfeita de arma de defesa doméstica e equipamento de defesa territorial", escreveu ele.

"Armas e munições nas mãos de criminosos, tiranos e terroristas são perigosas; as armas nas mãos de cidadãos responsáveis que cumprem a lei são melhores", argumentou.

Benitez disse que o estado terá 30 dias para apelar da decisão, que segundo o governador Newson representa uma "ameaça direta à segurança pública" e que tentará reverter.

A decisão vem em um momento em que a violência armada aumentou nos Estados Unidos, e apenas uma semana depois que um funcionário do serviço de transporte público, fortemente armado, matou oito pessoas e depois cometeu suicídio em San José, na Califórnia.

Uma busca realizada na casa do atirador - que foi incendiada pouco antes do ataque - encontrou 12 armas, cerca de 22 mil munições e o que pareciam ser coquetéis molotov.

Tiroteios em massa também ocorreram recentemente na Flórida, Indiana, Colorado e Geórgia.

A Suprema Corte americana também planeja examinar uma ação movida pelo lobby da indústria de armas contra uma lei de Nova York que restringe o porte de armas fora de casa.

Este será o primeiro grande caso em mais de uma década em que a mais alta corte do país decidirá sobre um assunto que afeta a Segunda Emenda da Constituição, que se refere ao direito de ter armas de fogo.

Embora os confinamentos decretados devido à pandemia de coronavírus tenham representado uma trégua na violência, houve um recorde de vendas de armas.

Em abril, o presidente Joe Biden chamou a violência armada nos Estados Unidos de "epidemia" e "vergonha internacional".

No ano passado, 43 mil pessoas morreram por armas de fogo no país e desde o início de 2021 este número já ultrapassa 17.000, de acordo com o site Gun Violence Archive.