'Igreja com portas fechadas trai a si mesma', diz Papa
Um dia após o padre polonês Krzysztof Charamsa revelar ser gay, o papa Francisco abriu o Sínodo da Família pedindo uma Igreja de portas abertas e sem julgamentos.
"Uma Igreja com as portas fechadas trai a si mesma e a sua missão. E, ao invés de ser uma ponte, torna-se uma barreira", disse o Pontífice neste domingo (05). O líder usou a homilia para destacar que "o homem que erra deve ser sempre compreendido e amado" e que a instituição católica deve sempre "acolhê-lo e acompanhá-lo".
A reflexão sobre os mais fracos e pecadores foi feita tanto no momento mais importante da celebração para os católicos como ao fim da missa. "Lembro de São João Paulo II quando dizia 'o erro e o mal devem ser sempre combatidos e condenados, mas o homem que cai ou que erra deve ser sempre compreendido e amado'", comentou Francisco.
Reconhecendo que, na atual sociedade, o matrimônio é "algo muito difícil" e até "ridicularizado", o sucessor de Bento XVI afirmou que a Igreja precisa defender sua missão e encorajar aqueles que optaram por esse caminho.
"Viver a missão na fidelidade significa defender o amor fiel e encorajar as numerosas famílias que vivem o seu matrimônio como um espaço em que se manifesta o amor divino para defender a sacralidade da vida, de cada vida. Para defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade do homem amar seriamente", ressaltou. Ao final da celebração, Jorge Mario Bergoglio pediu para que os fiéis que acompanharam a missa na Praça de São Pedro rezassem pelos trabalhos no Sínodo "para que o Espírito Santo faça com que os padres sinodais estejam completamente dóceis às suas inspirações".
Até o dia 25 de outubro, cerca de 400 bispos e padres de todo mundo - com alguns convidados laicos - irão debater sobre os desafios da família católica. Entre os temas que deverão levantar as maiores polêmicas estão a comunhão para pessoas divorciadas que voltaram a se casar e uma maior abertura aos gays na Igreja. - Padre revela ser gay e é afastado: Ontem (03), o monsenhor Charamsa deu uma entrevista ao jornal "Corriere della Sera" revelando ser homossexual e ter um companheiro. Ele foi imediatamente afastado de suas funções no Vaticano - onde atuava na Congregação para a Doutrina da Fé e lecionava em universidades católicas.
Segundo o religioso, a decisão de fazer um anúncio um dia antes do Sínodo era para causar uma reflexão de que o "amor homossexual é um amor que tem a necessidade da família".
Apesar da postura de maior diálogo de Francisco, é provável que a instituição católica dê poucos passos em relação ao tema, já que a corrente conservadora é muito grande entre os bispos. O próprio Pontífice sempre defendeu que a família é composta por um homem e por uma mulher, como manda a doutrina católica.
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