ONU alerta que a situação humanitária na Síria é crítica
Genebra, 27 fev (EFE).- A situação humanitária na Síria é crítica e é urgente dar assistência às vítimas da violência armada, afirmou nesta segunda-feira a presidente do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU, Laura Dupuy Lasserre.
Protestos na Síria
Veja Álbum de fotos "Esperamos uma resposta positiva das autoridades (sírias) para que se possa assistir a todas as pessoas afetadas", declarou a presidente ao inaugurar a primeira sessão do ano do CDH, em referência às negociações para resgatar os feridos nas áreas mais castigadas pelos ataques das forças de segurança.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Sociedade do Crescente Vermelho da Síria negociam com os atores armados no país a entrada de seu pessoal para fornecer ajuda essencial aos moradores das áreas bloqueadas pelas forças de segurança, auxiliar os feridos e retirar corpos; mas, após ter obtido garantias no sábado durante duas horas, ontem não puderam entrar nas regiões sob ataque.
Como representante do país anfitrião, o ministro de Relações Exteriores da Suíça, Didier Burkhalter, formulou uma severa condenação à violação dos direitos humanos da população civil e pediu que o governo de Bashar al Assad colabore com a missão de investigação do CDH, cuja tarefa é estabelecer fatos e responsabilidades.
Burkhalter solicitou também que "se permita que os agentes humanitários possam chegar aos locais afetados e trabalhar sem dificuldades para reduzir o sofrimento".
No entanto, ressaltou que não haverá uma solução à crise na Síria que não passe por um diálogo que inclua todas as partes e, para isso, ofereceu a colaboração de seu país.
Justamente, o CDH dedicará a primeira parte de sua reunião de amanhã para debater exclusivamente a situação na Síria.
A esse respeito, Laura Dupuy Lasserre assinalou que espera que "este debate transmita uma mensagem forte e unânime da comunidade internacional de condenação à violência e à repressão pela força da dissidência e da população civil".
Em sua declaração, a presidente do CDH lembrou que o ponto de origem dos 11 meses de violência armada na Síria esteve em "exigências populares legítimas por maior democratização e respeito dos direitos humanos".
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, também comemorou a realização da sessão especial sobre a Síria.
Sobre o funcionamento do CDH, Pillay se referiu à necessidade de melhorar seu mecanismo de acompanhamento, de modo que, quando adote decisões e peça a um Estado que atue concretamente para resolver uma situação de abuso, possa assegurar-se que o país em questão cumpra o que foi pedido.
Neste novo período de sessões do CDH, que se prolongará até o próximo dia 23 de março, participam 90 ministros de todo o mundo que se dirigirão ao plenário durante os três primeiros dias de reuniões.