"Poderia ter sido uma carnificina", diz chanceler francês sobre atentado
O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse nesta terça-feira que o atentado contra a embaixada francesa em Trípoli (Líbia) "poderia ter sido uma carnificina" se tivesse ocorrido um pouco mais tarde, com a maior parte dos funcionários no local.
"Se os funcionários estivessem no local, teria sido um drama espantoso", declarou o ministro.
O atentado, perpetrado nesta manhã com um carro-bomba, deixou dois seguranças franceses feridos, um deles "seriamente", disse Fabius, que já viajou para a Líbia.
"O atentado foi feito para matar, mas a França não cederá", acrescentou o chanceler, que acredita que não se trata só de um ataque contra a França, mas contra toda a comunidade internacional que "luta contra o terrorismo".
Fabius disse que além da investigação que será feita na Líbia, a procuradoria de Paris também analisará o caso.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Philippe Lalliot, disse que a França não tinha recebido nenhuma "ameaça específica" que pudesse prever o atentado. Até agora, nenhum grupo reivindicou a autoria da ação.
As autoridades francesas fecharam todas suas representações diplomáticas e consulares na Líbia e solicitaram ao governo local o bloqueio do acesso à embaixada.
Além disso, foi pedido aos franceses que se encontram na Líbia que redobrem a atenção.
O porta-voz acrescentou que aparentemente o carro-bomba estava estacionado junto à embaixada, mas disse que não se pode descartar a ação de um suicida.
"Parece que ocorreram várias explosões, mas pode ser que venham todas do mesmo carro-bomba", afirmou.
Paris também desconhece se houve alguma vítima entre pessoas que estavam nas imediações do prédio atingido. O embaixador da Líbia na França, Alshiabani Abuhamoud, declarou à emissora "BFM" que acredita que o atentado pode estar vinculado com a "política externa da França", como por exemplo a intervenção militar no Mali.