Polícia turca expulsa milhares de manifestantes de praça em Istambul

Em Istambul

Centenas de agentes policiais desocuparam nesta terça-feira (11) a praça de Taksim, no centro de Istambul, pouco depois que milhares de cidadãos se concentraram ali em sinal de respaldo aos protestos antigovernamentais.

Poucas horas depois do primeiro despejo, os agentes recorreram ao uso em massa de gás lacrimogêneo e canhões de água e derrubaram várias barracas de comércio de rua, enquanto os manifestantes fugiam.

Após várias investidas policiais, grupos de manifestantes começaram a retornar à praça gritando palavras de ordem, mas os agentes seguiram tentando bloquear sua passagem.

Menos de uma hora mais tarde da ação policial, um grande grupo de ativistas voltou a ocupar parte da praça, onde acendeu uma gigantesca fogueira, em uma atitude que parece pressagiar uma longa noite de enfrentamentos.

Vários fogos começaram a estourar na praça e a fumaça se misturava com os gases usados pelos policiais.

Os choques não afetaram por enquanto o adjacente parque Gezi, onde milhares de jovens estão acampados desde que a polícia deixou o local no dia 1º de junho, após 36 horas de confrontos violentos.

Segundo o jornal "Hürriyet Daily News", esta nova ação policial voltou a deixar feridos e vários canais de televisão transmitiram imagens de ambulâncias chegando à área.

Pouco depois da ação, o governador de Istambul, Hüseyin Avni Mutlu, assegurou que "grupos marginais" tinham atacado os agentes. "Rogo aos cidadãos no local que se separarem desses grupos marginais e abandonem a praça", solicitou através do Twitter.

Ao mesmo tempo em que os agentes desocupavam Taksim, moradores de vários bairros de Istambul começaram a realizar panelaços em um sinal de apoio aos manifestantes, gesto habitual durante a última semana.

A nova desocupação marcou outro pico de violência em um dia que começou com a polícia invadindo a praça, onde não entrava desde o dia 1º de junho, mas posteriormente Taksim recuperou a calma e os agentes só atuaram contra pequenos grupos que lançavam pedras e coquetéis molotov.

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