Oposição síria diz que não há negociação de paz sem prazo para Assad deixar o poder


No Cairo

A crise na Síria em fotos
A crise na Síria em fotos

A oposição síria condicionou neste domingo sua participação na conferência de paz de Genebra à saída do poder do presidente da Síria, Bashar al Assad, um ponto sobre o qual os países árabes não se pronunciaram após a reunião da Liga Árabe que aconteceu hoje no Cairo.

Os ministros de Assuntos das Relações Exteriores dos países árabes tiveram uma reunião extraordinária na sede da Liga Árabe, da qual também participou Ahmed Yarba, líder da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança de oposição.

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Em seu discurso, Yarba insistiu na saída de Al-Assad, uma das condições colocadas para que sua formação participe da convenção de Genebra, uma reunião que ainda tem reservas entre os opositores enquanto não se garantir mudança de regime.

"Um governo transitório é a única fonte de legitimidade e o único capaz de organizar eleições para a transferência do poder", apontou Yarba, que enfatizou que Assad "não pode ter nenhum papel na transição ou depois dela".

O líder opositor reivindicou que seja cumprido o calendário definido pelo Conselho de Segurança da ONU sobre os pontos que forem acordados na conferência, de modo que o governo transitório se forme antes de abril de 2014.

Também pediu a exclusão do Irã das negociações e que se retirem as "forças de ocupação" da Síria, em alusão às milícias xiitas iranianas, libanesas e iraquianas.

Outros requisitos colocados são o estabelecimento de corredores seguros da ajuda humanitária na Síria e a provisão de armas aos sírios que lutam contra o regime, garantindo que os grupos extremistas não se beneficiem desta última medida.


Na resolução aprovada no final do encontro, os ministros não fizeram referência a Assad, mas concordaram com os opositores em pedir "garantias internacionais" para o cumprimento de um futuro acordo, que deveria incluir a formação de um governo transitório.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, destacou que o papel da Liga Árabe é "conseguir um processo de paz negociado e formar um órgão transitório com prerrogativas plenas para administrar Síria".

Uma fonte governamental egípcia, que pediu o anonimato, informou a Agência Efe que os Estados Unidos chegaram a um acordo com o Egito para que peça aos países árabes que a resolução final do encontro inclua a necessidade de impedir Assad de ter um novo mandato.

O secretário de Estado americano, John Kerry apontou que "ninguém sabe como pôr fim à guerra com a presença de Assad" e que Washington está imersa no processo de paz para resolver o conflito, apesar das diferenças que pode ter nesse aspecto com outros países aliados da região.

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