Vai levar, freguesia? O grande feirão de emendas parlamentares

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"Olha a emenda fresquinha! Tá saindo muito! Laranja, laranja, laranja! Projeto bonito não paga (mas também não leva!)."

Adaptações das frases populares da feira livre bem que poderiam ser ouvidas em Brasília em todo este 2024, pois o ano dá mostras de que não haverá dia da semana sem o grande feirão das emendas parlamentares.

Só não tem mercadoria barata: do total de R$ 53 bilhões em emendas orçamentárias que o Congresso aprovou neste ano eleitoral, restarão no Orçamento "apenas" R$ 47,4 bilhões para esse fim. Hoje foi o prazo final para a sanção do Orçamento de 2024. O presidente Lula sancionou o Orçamento com um veto de R$ 5,6 bilhões às emendas de comissão (controladas pelos parlamentares), mas ainda preservou um total de R$ 11 bilhões para essa modalidade de emenda. Foi um "morde-e-assopra", comenta o colunista Josias de Souza.

"Lula mordeu ao vetar um pedaço das emendas que forram a caixa registradora das comissões temáticas do Congresso. Assoprou ao avalizar compromisso assumido pela ministra Simone Tebet (Planejamento) de repor oportunamente a verba cortada", disse Josias, observando que é "impossível negligenciar" a ameaça do deputado Luiz Carlos Motta, relator do Orçamento, que já falou em derrubar o veto do presidente se "não achar solução". "A derrubada de vetos de Lula tornou-se um dos esportes prediletos do Congresso", diz Josias.

Leonardo Sakamoto conta que as eleições municipais de outubro têm tudo a ver com a postura dos parlamentares. "O que os deputados e senadores querem é a garantia agora de que esse dinheiro vai estar disponível, porque estamos em ano eleitoral. Principalmente para os deputados, mais até que os senadores, que precisam apoiar a eleição de prefeitos para que esses eleitos, em 2026, apoiem a reeleição dos deputados."

Que não sobre para a população apenas a xepa.

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Opinião

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