Romney busca pressionar Santorum com vitórias na terça-feira
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Darren Hauck / Reuters
Por Steve Holland e Sam Youngman
MILWAUKEE, Estados Unidos, 3 Abr (Reuters) - Mitt Romney pode dar nesta terça-feira um grande passo rumo à indicação presidencial republicana nos Estados Unidos, caso derrote o rival Rick Santorum em Wisconsin, Maryland e Washington D.C., onde ele é líder nas pesquisas.
Um resultado expressivo ampliaria a vantagem de Romney na contagem de delegados para a convenção partidária e daria mais argumentos aos integrantes da cúpula republicana para que Santorum abandone a desgastante disputa, que se arrasta há meses.
Uma vitória nas três primárias daria 95 delegados a Romney, colocando-o bem acima de metade dos 1.144 necessários para vencer a convenção de agosto.
E também ditaria o tom para a próxima data importante do calendário, 24 de abril, quando seis Estados realizam a disputa republicana. Romney lidera em cinco deles e planeja uma campanha agressiva no sexto, a Pensilvânia, terra natal de Santorum.
Wisconsin é a disputa mais observada desta terça-feira porque Santorum, um ex-senador conservador, fez forte campanha no Estado e liderou as pesquisas até mais ou menos a semana passada, quando foi ultrapassado por Romney, ex-governador de Massachusetts e ex-executivo do setor financeiro.
Sentindo que a indicação se aproxima, Romney nos últimos dias deixou de mencionar Santorum e os demais rivais republicanos, Newt Gingrich e Ron Paul, preferindo voltar suas baterias contra o presidente Barack Obama e sua gestão econômica.
"A estratégia econômica dele foi um fracasso", disse Romney a partidários na segunda-feira em Milwaukee. "E uma das razões pelas quais vou tomar a Casa Branca é porque ele não sabe como essa economia funciona, e nós sabemos."
Mas, se confirmar a indicação, Romney enfrentará em novembro o desafio de derrotar um presidente em exercício, com uma campanha que dispõe de mais verbas e mais organização, e está ávida por aproveitar qualquer tropeço do rival.
Uma nova pesquisa mostrou Romney bem atrás de Obama entre as mulheres, um eleitorado que pode ser decisivo em Estados estratégicos.
Para Santorum, a luta é para sobreviver às disputas de abril e chegar a maio, quando votam Estados que podem lhe ser mais favoráveis. Ele teria de obter uma esmagadora maioria dos delegados remanescentes para assegurar a indicação imediata.
Mas Santorum parece ter uma estratégia diferente: conseguir delegados suficientes para impedir a maioria absoluta de Romney, e então forçar os republicanos a escolherem seu candidato em uma convenção negociada, um cenário caótico, que muitos analistas consideram que seria desastroso para as ambições republicanas de impedir a reeleição de Obama.
"Eu argumentaria até que, se terminarmos numa convenção (em aberto), isso seria uma coisa positiva para o Partido Republicano, uma coisa positiva para ativar e energizar nosso pessoal para essa eleição do outono", disse ele a jornalistas na segunda-feira.