Debate no Colorado pode forçar Obama e Romney a falar sobre armas
Defensores do controle de armas querem aproveitar o primeiro debate da atual campanha presidencial, em Denver, para pressionar o presidente Barack Obama e seu rival Mitt Romney a discutir esse assunto.
O primeiro debate da campanha foi marcado para 3 de outubro na Universidade de Denver, a cerca de 15 quilômetros do cinema onde na semana passada um atirador abriu fogo aleatoriamente contra a plateia de um cinema, matando 12 pessoas.
Uma comissão apartidária anunciou a realização desse debate em outubro de 2011, muito antes, portanto, do massacre no cinema de Aurora, cidade nos arredores de Denver.
O presidente da Campanha Brady para a Prevenção da Violência por Armas, Dan Gross, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira que Obama e Romney "serão perguntados sobre o que fariam para evitar a violência por armas, e o público espera que eles ofereçam soluções".
Nem Obama nem Romney apresentaram uma declaração detalhada sobre a política para a posse de armas desde o massacre de Aurora, mas na terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que Obama pode se pronunciar mais sobre o assunto "no futuro".
O tema do primeiro debate será a política interna. O programa será dividido em seis blocos de 15 minutos, cada um dedicado a um tema determinado pelo mediador, conforme regras aprovadas pela comissão de debates.
A identidade do mediador ainda não foi divulgada.
O incidente da semana passada não foi o primeiro desse tipo no Colorado. Em 1999, dois adolescentes mataram 13 pessoas na escola Columbine.
A Campanha Brady, com sede em Washington, é a maior entidade de lobby pelo controle de armas no país. Ela teve grande responsabilidade na aprovação, em 1993, de uma lei que exigia verificações sobre os prontuários federais dos compradores de alguns tipos de armas.
O grupo deve seu nome a Jim e Sarah Brady, que se tornaram militantes da causa do controle armamentista depois de Jim, assessor de imprensa da Casa Branca, ficar gravemente ferido num atentado contra o então presidente Ronald Reagan, em 1981.
Defensores do direito à posse de armas dizem que os dias imediatamente posteriores a um massacre não são o momento adequado para discutir mudanças na leis e que o foco agora deve ser em auxiliar as vítimas.