Avião da EgyptAir enviou alertas de fumaça antes de acidente
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Forças Armadas do Egito/AP
Imagem divulgada pelas Forças Armadas do Egito mostra destroços de uma cadeira que pertencia ao Airbus A320
PARIS (Reuters) - O avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo na quinta-feira enviou uma série de sinais indicando a detecção de fumaça a bordo pouco antes de desaparecer dos radares, disse a agência de investigação francesa neste sábado.
Um porta-voz da agência francesa, a BEA, informou que os sinais não indicam o que causou a fumaça ou fogo a bordo. O avião caiu no mar com 66 pessoas a bordo, quando fazia a rota de Paris (França) a Cairo (Egito).
A informação, no entanto, dá as primeiras pistas do que ocorreu nos momentos anteriores ao acidente.
Uma fonte da área de aviação afirmou que a existência de fogo a bordo teria gerado múltiplos sinais de alerta, enquanto uma explosão pode não provocar nenhum sinal. Ainda assim, autoridades afirmam que nenhum cenário pode ser descartado, incluindo explosão.
Destroços encontrados
O Egito informou que a Marinha encontrou destroços do avião, restos humanos e objetos pessoais pertencentes a passageiros flutuando no Mediterrâneo, a cerca de 290 km ao norte da Alexandria.
O Exército publicou neste sábado, em sua página oficial no Facebook, fotos dos itens recuperados, os quais incluem destroços azuis com as marcas da EgyptAir, assentos de fábrica com designs nas cores da companhia aérea e um salva-vidas amarelo.
Destroços são encontrados no Mediterrâneo
Terceiro golpe para o turismo no Egito
Análises dos destroços e a recuperação da caixa-preta devem ser fundamentais para determinar a causa da queda --o terceiro golpe na indústria de turismo egípcia desde outubro, ainda em recuperação pelos tumultos políticos desde a crise de 2011, que tirou Hosni Mubarak do poder.
Uma suspeita de bomba plantada pelo Estado Islâmico derrubou um avião russo depois de decolar do aeroporto de Sharm el Sheikh, no final de outubro, matando todas as 224 pessoas a bordo, e um avião da EgyptAir foi sequestrado em março por um homem que usava um cinto-bomba falso.
O acidente de outubro devastou o turismo egípcio, principal fonte de divisas para um país de 80 milhões de habitantes.
Caça às caixas pretas
Os sinais do avião "não permitem, de forma alguma, dizer o que pode ter causado a fumaça ou o fogo a bordo da aeronave", disse o porta-voz da agência francesa BEA, que têm ajudado na investigação egípcia oficial.
Ele acrescentou que a prioridade agora é encontrar os dois gravadores de voo, conhecidos como caixas-pretas, que contêm gravações de vozes da cabine do piloto e leituras de dados do Airbus A320 que desapareceu do radar na manhã de quinta-feira.
Acredita-se que o avião tenha caído em uma parte profunda do Mediterrâneo, de 2.000 a 3.000 metros de profundidade, de acordo com uma pessoa familiar com as estimativas navais do Ocidente.
Isso colocaria os localizadores das caixas-pretas, que duram 30 dias, no limite da gama detectável a partir da superfície usando equipamentos acústicos usados durante as primeiras etapas de busca, de acordo com um relatório da queda de um avião da Air France no oceano Atlântico, em 2009.
O que provocou o fogo?
Embora sugira um possível incêndio, a sequência relativamente curta de dados não dá indícios sobre os esforços do piloto de controlar a avião, nem indica se caiu inteiro ou se desintegrou no ar, disseram dois especialistas em segurança aérea.
"A questão agora é se o fogo que causou a fumaça foi resultado de uma falha elétrica --um curto-circuito causado por danos à fiação, por exemplo-- ou de alguma forma de dispositivo explosivo ou incendiário que foi usado --por exemplo, por um terrorista-- para gerar fogo ou outro dano", disse o especialista em segurança aérea David Learmont.
'Todos os cenários são possíveis'
A aeronave transportava 56 passageiros e 10 tripulantes. Entre eles, estavam 30 egípcios e 15 franceses, junto com cidadãos de outros 10 países.
A EgyptAir disse que autoridades encontraram-se com familiares das vítimas para informar que o processo de coleta de restos mortais e de informações levaria tempo, assim como os testes de DNA para identificação exigiriam semanas.
O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, que encontrou-se com parentes das vítimas neste sábado, afirmou que havia várias causas possíveis.
"Neste exato momento todos os cenários estão sendo examinados e nenhum recebe maior ênfase", disse.
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