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Países do G20 reconhecem ameaça climática, e papa pede ação imediata

O comunicado do G20 diz que seus membros reconhecem "a relevância essencial de se zerar as emissões globais de gases de efeito estufa ou atingir a neutralidade de carbono até 2050" - TIZIANA FABI/AFP
O comunicado do G20 diz que seus membros reconhecem "a relevância essencial de se zerar as emissões globais de gases de efeito estufa ou atingir a neutralidade de carbono até 2050" Imagem: TIZIANA FABI/AFP

Jan Strupczewski, Costas Pitas e Colin Packham

29/10/2021 08h28Atualizada em 29/10/2021 09h34

Líderes dos 20 países mais ricos do mundo reconhecerão a ameaça existencial da mudança climática, mostrou um esboço de comunicado visto pela Reuters, e o papa Francisco disse nesta sexta-feira que a COP26 precisa dar às gerações futuras uma "esperança concreta" combinando palavras com atos.

O G20, cujos líderes se reúnem no sábado e no domingo em Roma e depois seguem para Glasgow, na Escócia, para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), prometerão adotar medidas urgentes para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius.

Embora o histórico Acordo de Paris de 2015 tenha comprometido seus signatários com a preservação do aquecimento global "bem abaixo" de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, e idealmente em 1,5ºC, os níveis de carbono na atmosfera aumentaram desde então.

"Nós nos comprometemos a enfrentar a ameaça existencial da mudança climática", disse o esboço do comunicado do G20, que ainda pode ser alterado, enquanto pessoas de todo o mundo se preparam para ir às ruas para demonstrar seu desejo de ação política.

"Reconhecemos que os impactos do aquecimento global em 1,5ºC são muito menores do que em 2ºC e que uma ação imediata precisa ser tomada para manter 1,5ºC ao alcance."

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se unirá aos seus colegas de G20 após um contratempo na quinta-feira, quando a Câmara dos Deputados dos EUA desistiu dos planos de votar um projeto de lei de infraestrutura de 1 trilhão de dólares que teria representado o maior investimento em ações climáticas da história norte-americana.

Biden esperava chegar a um acordo antes da COP26, onde quer apresentar a mensagem de que os EUA retomaram o combate ao aquecimento global.

Enquanto isso, o papa Francisco engrossou o coro que pede ações na COP26, que vai de 31 de outubro a 12 de novembro, dizendo que os líderes políticos do mundo precisam dar às gerações futuras uma "esperança concreta" de que estão adotando as medidas necessárias e pedindo um "sentimento renovado de responsabilidade compartilhada por nosso mundo" para impulsionar ações.

Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido e anfitrião do evento, disse nesta semana que o resultado da COP26 é uma incógnita.

O comunicado do G20, grupo de países que responde por cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa, disse que seus membros reconhecem "a relevância essencial de se zerar as emissões globais de gases de efeito estufa ou atingir a neutralidade de carbono até 2050".

Mas os países que estão na linha de frente da campanha contra a mudança climática enquanto lutam contra a elevação do nível dos mares querem ação imediata.