Bloco do Síndico transforma Itaim em território dos fãs de Tim Maia
A avenida Hélio Pelegrino, no bairro do Itaim em São Paulo, reuniu um séquito de fãs de todas as gerações do cantor Tim Maia nesta tarde de hoje para o desfile de encerramento do Bloco do Síndico no Carnaval paulistano.
"Temos uma das maiores baterias de blocos de São Paulo, com 120 integrantes. Este ano além do boneco inflável do Tim, ensaiamos algumas músicas novas desde novembro", contou um dos fundadores Gustavo Wally Gabas.
Regidos pelo mestre Vavá, a bateria entoou os clássicos do "síndico" mais famoso do Brasil e o coro mostrou que não importa quanto tempo passe, as letras continuam na boca da galera independente da idade.
A bacharel em direito Marília Lourenço, de São Bernardo do Campo, estava terminando a maratona de Carnaval com 20 amigos, que há cinco anos passam a festa juntos. Todos uniformizados de abadá do Carnachanty, eles passaram o Carnaval em São Luiz do Paraitinga e na capital escolheram o bloco a dedo. "Viemos aqui porque gostamos muito do Tim Maia. Eu sou bem quietinha, mas quando toca uma música dele eu me solto rapidinho", contou.
O administrador Felipe Kiefer e a economista Fernanda Balduzzi, estavam de "fantasia de casal", como brincaram: um estava de arquinho com a cabeleira de Tim e a palavra Leme; o outro, Pontal, inspirada na música homônima. A criatividade, que mostra o nível de admiração pelo artista, é dela. "Gente boa curte Tim, e a gente tem que curtir essa festa porque a democracia está aqui para isso", falou, alfinetando as críticas do presidente Jair Bolsonaro ao Carnaval.
O psicólogo Matheus Henrique de Oliveira estava com os amigos de Interlagos e afirmou ser mais um seguidor da poesia do autor de "Descobridor de Sete Mares". "Estou esperando tocar 'Ela Partiu'", contou. E até música triste do Tim combina com a festa? Enquanto a bateria tocava "Você", ele afirmou: "Combina sim, olha essa. É meio que aquele clima para fechar o Carnaval".
Lembranças de Tim
A aposentada Roseli Gomes Marcelino foi ao bloco com as duas filhas. "Eu sou mais de escola de samba, gosto de ir no Anhembi, mas quando elas me chamaram e disseram que o bloco era do Tim Maia, eu falei: 'Tê dentro'", afirmou animada.
Ela conta que o bloco a fez voltar no tempo de quando tinha 18 anos e não saía do estádio do Palmeiras, onde assistia aos shows do músico. "O Tim chegava atrasado, reclamava da banda, tinha show que ele nem aparecia, mas a gente estava sempre lá, não importava, porque quando ele aparecia o show era inesquecível, muito bom".
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