Boulos apela e sobe no Datafolha, mas precisa de um milagre
Apesar do movimento ascendente de Guilherme Boulos (PSOL) nas pesquisas eleitorais, o candidato à Prefeitura de São Paulo precisa de um milagre para conseguir uma virada e vencer, segundo análise de José Roberto de Toledo na edição especial do A Hora deste sábado (26).
O último Datafolha indica que Boulos tem 43% dos votos válidos, enquanto o adversário Ricardo Nunes (MDB) tem 57%. Na pesquisa anterior, o candidato do PSOL aparecia com 42%, enquanto o do MDB tinha 58%.
Se pegar desde o começo, ele [Boulos] vem em uma leve curva ascendente. Pode ser até que na urna essa diferença seja menor, dado o movimento ascendente do Boulos e o movimento cadente do Nunes. Mas a distância é muito difícil de superar em poucas horas.
Talvez se a eleição fosse daqui a três semanas o Boulos pudesse até ganhar, mas nesse ritmo fica realmente difícil. Não dá para dizer que é impossível. Tiveram algumas eleições raras em que houve mudança abrupta de votos entre a véspera e o dia da eleição que as pesquisas não conseguiram pegar.
José Roberto de Toledo, colunista do UOL
Thais Bilenky lembra que esse fenômeno pode ser explicado nas ocasiões em que já existe uma "onda" formada.
A eleição mais marcante em que isso aconteceu foi a de 2018, que elegeu Bolsonaro, mas tinha uma onda formada. Pelos dados que a gente tem, não dá para a gente dizer que tem uma onda formada nesta [eleição].
Thais Bilenky, colunista do UOL
Toledo diz que a intenção de Boulos ao participar da sabatina promovida por Pablo Marçal na sexta-feira (25) era conseguir alguns votos que foram para o coach no primeiro turno.
Para mim, está meio óbvio que o Boulos partiu do pressuposto de que ele já tinha perdido a eleição. Portanto nada de pior poderia lhe acontecer caso ele fosse nessa live com Marçal, na esperança de, eventualmente, virar votos de alguns poucos eleitores do Marçal em seu favor.
Embora o Datafolha não tenha captado isso - o voto dos eleitores do Marçal continua majoritariamente indo para o Ricardo Nunes, e parte dessa pesquisa foi feita depois da live do Marçal com o Boulos - eleitoralmente pode ter tido algum efeito, mas é marginal. Não vai ser determinante na eleição.
José Roberto de Toledo, colunista do UOL
Para Toledo, politicamente, há dois grandes riscos para Boulos. "Primeiro, que ele acabou validando, normalizando um cara que passou a campanha inteira insinuando que ele [Boulos] cheirava cocaína. E, mais do que isso, um cara que tentou desqualificar o processo democrático eleitoral de campanha de todas as maneiras que pôde", destacou.
E teria sido ainda pior de certa maneira, se por um acaso do destino, a gente abrisse as urnas amanhã e o Boulos ganhasse. Porque, se ele ganhar, quem vai ficar com o crédito? O Marçal.
José Roberto de Toledo, colunista do UOL
Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky
A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube.
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