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Licença para matar e para bajular

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Um policial militar paulista que matou alguém corre menos de 2% de risco de ser condenado e preso. De 1.823 assassinatos cometidos por PMs que foram registrados em boletins de ocorrência entre 2015 e 2020, apenas 20 resultaram em condenações de pelo Tribunal do Júri até setembro de 2024.

Os dados são inéditos. Foram levantados, organizados e analisados pela advogada e pesquisadora Débora Nachmanowicz de Lima para sua dissertação de mestrado. Ela foi aprovada em 19 de setembro passado na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), com recomendação para publicação pela banca. É brilhante.

A autora desenha e descreve o funil de impunidade que vai sumindo com boletins de ocorrência, arquivando inquéritos e absolvendo os poucos que chegam às mãos de um juiz. Também narra os júris.

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As circunstâncias mudaram, mas Lula e Bolsonaro não se adaptaram a elas

Bolsonaro e Lula
Bolsonaro e Lula Imagem: Adriano Machado/Reuters

Lula e Bolsonaro vão sair mais fracos do que entraram nesta eleição municipal. Não atenderam às expectativas dos aliados nem dos eleitores. Os polarizadores polarizaram menos. Seus campos magnéticos encolheram - mas por razões diferentes.

Bolsonaro encolheu enquanto a direita cresceu. Foi na contracorrente da eleição. Lula perdeu força junto com a esquerda.

A esquerda encolheu, e Lula não foi aquele grande eleitor em que os esquerdistas depositavam suas esperanças. Nem tanto porque o presidente foi a menos palanques do que lhe pediram para ir, ou por participar de menos passeatas e gravar menos propagandas do que o esperado. Lula continua fazendo o que sempre fez. Mudou o eleitorado, ou parte dele. Trataremos disso mais adiante.

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Já a direita cresceu. E cresceu mesmo com Bolsonaro se omitindo. Deixou de fazer campanha para muitos vitoriosos. Nos casos mais vexaminosos, como em São Paulo, o ex-presidente se escondeu no 1º turno. "Uma porcaria de líder", como disse o pastor Malafaia.

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Com Tarcísio discreto, Bolsonaro 'mata saudades' dos holofotes em SP

22.out.2024 - Evento da campanha à reeleição de Ricardo Nunes (à esq.), à direita dele, seu candidato a vice, Mello Araújo, a esposa, Regina Nunes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro
22.out.2024 - Evento da campanha à reeleição de Ricardo Nunes (à esq.), à direita dele, seu candidato a vice, Mello Araújo, a esposa, Regina Nunes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro Imagem: Thais Bilenky/UOL

O prefeito Ricardo Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro deram um show sem emoções na primeira aparição pública juntos na campanha. Eles foram a uma churrascaria no bairro do Morumbi nesta terça (22) no mesmo carro do governador Tarcísio de Freitas.

Nunes e Tarcísio desceram antes e Bolsonaro ficou ainda um minutinho dentro do carro digitando no celular. Foram direto ao palanque montado no restaurante, fizeram discursos sem grandes novidades e depois se acomodaram lado a lado numa mesa de autoridades para almoçar.

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Bolsonaro foi o primeiro a deixar o palanque. De pé ao redor da mesa, comeu linguiças com a mão e chegou a jogar uma fatia para o alto na tentativa de acertá-la na boca. Errou.

Depois chegaram Nunes e Tarcísio, tietados por empresários como Mario Garnero e advogados como Nelson Wilians. Sentaram-se Tarcisio à esquerda, Bolsonaro ao centro e Nunes à direita. Comeram em poucos minutos. Nunes e Bolsonaro quase não se falaram durante a refeição. Em seguida, os três se levantaram para dar uma entrevista a jornalistas numa sala reservada.

Chamado reiteradamente de "gigante", Tarcísio se manteve discreto, não buscou protagonismo. Nunes respondeu a poucas perguntas e deixou o evento.

Bolsonaro foi o que mais falou. Uma assessora chegou a sugerir o encerramento da entrevista, mas o ex-presidente disse que estava gostando e seguiu respondendo às perguntas.

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Esquerda lava roupa suja por votos de evangélicos e da periferia em Boulos

Após o primeiro turno das eleições municipais, políticos de esquerda admitiram publicamente insucessos no diálogo com as periferias das cidades brasileiras.

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Eles passaram a testar formas de atualizar a abordagem sem perder a coerência com o discurso histórico em defesa dos marginalizados.

Em São Paulo, o candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL) tentava um encontro com pastores evangélicos desde o começo da campanha, mas esbarrou na resistência de lideranças que votavam em quase qualquer um, menos nele.

"Vou falar a verdade. É pintado como demônio. Está entendendo? Demônio."

O pastor Aldo Ramos assim descreveu a imagem que se tem de Boulos na sua igreja, o Ministério Ação Divina, na zona sul de São Paulo. Ou se tinha.

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Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube.

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Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados de manhã.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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